Casos de covid-19 no sul da Bahia crescem até 20% após festas clandestinas no réveillon
Secretário de saúde do estado afirma que crescimento no número de casos era “previsível”
Foto: Reprodução / Anota Bahia
Matéria publicada no jornal Estadão mostra que o sul da Bahia foi um dos cenários de aglomerações entre os últimos dias de 2020 e o início de janeiro. Por conta disso, teve aumento de até 20% dos casos de coronavírus nesse período.
A movimentação de turistas rumo a região começou a crescer em 26 de dezembro do ano passado. Um dia após o Natal, o Aeroporto Terravista, em Trancoso, distrito vizinho a Caraíva, onde só pousam aviões fretados, registrou até engarrafamento de aeronaves que esperavam autorização para desembarcar os passageiros.
As aglomerações entre o fim de dezembro passado e janeiro aconteceram, principalmente, em Caraíva, Trancoso e Arraial D`Ajuda, três distritos de Porto Seguro. Entre 28 de dezembro e 3 de janeiro, a Polícia Militar da Bahia diz ter encerrado 70 festas ilegais - a maioria aconteceu em Trancoso e Arraial D`Ajuda.
Em março de 2020, Porto Seguro tinha até aquele momento, 4.346 casos da doença, mostra o boletim diário divulgado pela Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab). Pouco mais de duas semanas depois, em 15 de janeiro, foram contabilizadas 4.779 notificações de covid-19. Até o último boletim, divulgado nesta segunda-feira (1º), a cidade tinha 5.373 casos - 1.027 a mais, um crescimento de 12%.
Dos 28 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) dedicados a pacientes graves de Porto Seguro, distribuídos entre a cidade e Eunápolis, a 55 quilômetros de distância, 70% estão ocupados.
Por meio da assessoria de comunicação, a prefeitura de Porto Seguro respondeu que não comentaria o aumento do número de casos. A gestão municipal também não detalha as ações voltadas para conter o avanço do vírus na cidade e nos distritos, pois disse que estava empenhada no início da vacinação.
Sobre o assunto, o secretário de Saúde do estado, Fábio Vilas-Boas disse, nesta quarta-feira (3), que era “previsível” o aumento de até 20% dos casos de coronavírus no sul da Bahia após festas clandestinas de réveillon.
Uma briga judicial entre o governo da Bahia, promotores de evento e parte do setor turístico teve o Estado como vencedor - ficaram proibidos eventos de qualquer porte. As restrições, porém, couberam apenas nas laudas judiciais.