Celso de Mello critica suspensão de vistos de ministros do STF: "Ataque à democracia brasileira e às suas instituições"
Para o ex-ministro do STF, a medida é "arbitrária" e desrespeita "a dignidade do povo brasileiro"

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello criticou, nesta segunda-feira (21), a decisão do governo dos Estados Unidos de suspender os vistos de ministros da Corte brasileira. Para ele, a medida é "arbitrária" e um ataque à democracia do Brasil.
Em nota, Mello afirma que o governo norte-americano utiliza argumento falso de perseguição e censura contra Jair Bolsonaro (PL). Em carta, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que existe uma "caça às bruxas" contra o ex-presidente.
"Mais do que uma ofensa sem causa, essa prepotente deliberação governamental americana, apoiada em fundamento destituído de veracidade (mendaz, portanto), ao investir, absurdamente, contra o Supremo Tribunal Federal e os seus íntegros e honrados magistrados, desrespeita, profundamente, o nosso País e a dignidade do povo brasileiro", afirmou o ex-ministro.
Mello ainda declarou que não se trata somente de uma questão econômica e tarifaria, como apontado por Trump na carta.
"Ataque à democracia brasileira e a suas instituições, notadamente à Corte Suprema do Brasil, ataque esse perpetrado pelo governo Trump", pontuou.
Na última sexta-feira (18), o governo dos EUA anunciou a proibição da entrada do ministro do STF Alexandre de Moraes e de "seus aliados" na corte. De acordo com a apuração da CNN, os nomes impedidos de entrar no país norte-americano são:
- Luís Roberto Barroso, presidente do STF;
- Edson Fachin, vice-presidente do STF;
- Alexandre de Moraes, ministro do STF;
- Dias Toffoli, ministro do STF;
- Cristiano Zanin, ministro do STF;
- Flávio Dino, ministro do STF;
- Cármen Lúcia, ministra do STF;
- Gilmar Mendes, ministro do STF;
- Paulo Gonet, procurador-geral da República.