Centro de direitos civis aponta que EUA registra número recorde de grupos de ódio
Levantamento revelou quantidade mais alta de grupos nacionalistas brancos
Foto: Reprodução/ Redes Sociais
À medida que os Estados Unidos avançam em um ano eleitoral polarizado, o cenário nacional registrou mais grupos de ódio do que em qualquer outro momento no último meio século, de acordo com um novo relatório do Southern Poverty Law Center (SPLC), que divulga relatórios, incluindo o chamado “Year in Hate” (Ano em ódio, na tradução livre), desde sua fundação em 1971. A instituição é sediada em Montgomery, no estado do Alabama.
“Com uma eleição histórica a poucos meses de distância, esses grupos estão se multiplicando, se mobilizando, fazendo, e, em alguns casos, já implementando planos para desfazer a democracia”, informou Margaret Huang, CEO do SPLC.
Já no ano passado, os grupos antigovernamentais chegaram a 835. Dois anos atrás, o número era de 122. Há também 595 grupos de ódio ativos, de acordo com o grupo. A contagem e o relatório anual do SPLC são aguardados com expectativa entre os ativistas, mas têm seus críticos.
Alguns serviços de comunicação libertários e integrantes da direita, como a Reason Magazine, apontam que o levantamento faz pouco para contabilizar o número de membros que cada grupo conta. Os críticos também questionam a conexão entre o mapa e a arrecadação de fundos do grupo.
Por vez, o SPLC aponta vários desenvolvimentos na descrição do panorama dos EUA.
“Também encontramos um número recorde de grupos nacionalistas brancos. É o maior que já registramos. São 166 desses grupos, o que foi um aumento de mais de 50% em relação ao ano anterior. E esses são grupos que buscam especificamente construir um etno estado branco”, afirmou Cassie Miller, analista sênior de pesquisa do Centro.
O levantamento também lançou luz sobre ataques persistentes à comunidade LGBTQIA+, geralmente tendo como alvo eventos como o Drag Queen Story Hour.
Conforme o SPLC, houve cerca de 200 incidentes desse tipo no ano passado.
“Nós documentamos ameaças de bomba, grupos barricando portas de bibliotecas públicas, interrompendo eventos e assédio online como apenas algumas das estratégias que grupos de extrema-direita usaram para restringir as liberdades de expressão e reunião”, destacou R.G. Cravens, analista sênior de pesquisa da instituição.