Cerca de 100 gatos vivem em pavilhão desativado de penitenciária em Salvador
Detentos alimentavam os felinos, mas transferência deixou os animais em situação de vulnerabilidade
Foto: Arquivo Pessoal
Cerca de 100 gatos agora ocupam um pavilhão desativado na Penitenciária Salvador, situada no Complexo da Mata Escura, em Salvador. A Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (SEAP) relatou que esses felinos anteriormente compartilhavam o espaço com os detentos, que foram realocados para outra área em 6 de outubro devido a obras. Os presos costumavam alimentar os gatos com restos de comida que recebiam. Com a transferência dos detentos, os animais ficaram desamparados no local.
Embora a SEAP tenha declarado que são 100 animais, fontes da TV Bahia alegam que o número real de gatos no local é quatro vezes maior. Alguns desses animais estão em situação de vulnerabilidade, enfrentando problemas de saúde. A SEAP informou que conta com a colaboração de ONGs, que doam rações para complementar a alimentação dos gatos. A secretaria também mencionou que alguns deles já foram castrados, mas devido à grande quantidade de animais no local, nem todos puderam passar pelo procedimento.
Os gatos se abrigam em restos de colchões, se equilibram nos telhados, e muitas fêmeas estão grávidas ou com filhotes. A SEAP enfatizou que o pavilhão não está deserto e que foi esvaziado para reformas, com a realocação dos detentos para outras unidades no Complexo da Mata Escura.
A secretaria está em trâmite burocrático para a aprovação e execução da reforma do pavilhão, mas ainda não há uma data estimada para a conclusão da unidade reformada. A reportagem procurou o Centro de Controle de Zoonoses de Salvador, que assegurou ter fornecido orientações sobre a transmissão de doenças aos detentos. Além disso, afirmaram que anualmente, são administradas vacinas aos animais.
Segundo o Centro de Zoonoses, os gatos permanecem no local e se multiplicam "porque há alguém alimentando e permitindo a reprodução". O órgão sugeriu que ONGs de proteção animal assumam parte dos animais ou os levem para locais apropriados que possibilitem a castração ou até os transportem até o Castramóvel, que está sob a responsabilidade do Governo do Estado. O Centro também esclareceu que, para utilizar o serviço do Castramóvel, as ONGs interessadas em auxiliar devem estar cientes de que para realizar a castração, é necessário apresentar o documento do tutor. A prefeitura informou que registrará quem levar o animal para o procedimento como seu proprietário.