Cessar-fogo entre Israel e Hamas inicia no domingo (19)
Desta vez, a proposta visa medidas para o fim total do conflito que já matou quase 48 mil pessoas
Foto: UN News/Ziad Taleb
Israel e o Hamas assinaram, nesta quinta-feira (15), um acordo de trégua para o conflito na Faixa de Gaza e a libertação de reféns. As negociações indiretas estavam estagnadas, mas aceleraram a menos de uma semana da posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. O tratado entra em vigor no próximo domingo (19).
Este é o segundo cessar-fogo assinado entre as duas partes desde o início da guerra em Gaza, em outubro de 2023, que gerou novos conflitos no Oriente Médio e intensificou as tensões na região.
Desta vez, a proposta visa medidas para o fim total do conflito. O acordo prevê a libertação gradual de cerca de cem reféns ainda sob controle do Hamas, a retirada das tropas israelenses de Gaza e planos para o futuro do território, além da libertação de palestinos presos em presídios israelenses.
Na primeira etapa do acordo, 33 reféns mantidos pelo Hamas serão libertados e devolvidos a Israel.
O cessar-fogo foi anunciado em Doha pelo primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman. Durante o anúncio oficial, ele pediu que todas as partes cumpram o que foi acordado.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, publicou um comunicado celebrando o acordo e destacou que as negociações seguem uma proposta por ele apresentada em maio de 2024, aprovada pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
Confira abaixo outros pontos do acordo de cessar-fogo:
Retirada de tropas israelenses
A retirada das tropas será realizada em etapas, com as forças israelenses mantendo presença ao longo da fronteira com Gaza para proteger as cidades e vilarejos israelenses.
Serão feitos arranjos de segurança no corredor da Filadélfia, uma faixa de território ao longo da fronteira entre Gaza e o Egito, ao sul de Gaza, com Israel se retirando de partes dele após a primeira fase do acordo.
Aumento da ajuda humanitária
Segundo o acordo, será promovido um aumento significativo na ajuda humanitária à Faixa de Gaza, onde organizações internacionais, incluindo a ONU, alertam sobre uma grave crise humanitária. Israel permitirá a entrada de ajuda no enclave, embora haja uma discrepância entre a quantidade permitida e a que realmente chega às pessoas necessitadas.
Número de mortos
A guerra na Faixa de Gaza resultou em mais de 48 mil mortos nos 15 meses desde o início do conflito, em outubro de 2023, até esta quarta-feira (15), quando foi anunciado um acordo para um cessar-fogo.
Israel iniciou a guerra contra o Hamas em Gaza em 7 de outubro de 2023, após um ataque terrorista em território israelense que deixou cerca de 1.200 mortos e aproximadamente 250 reféns levados pelo grupo.