CGU encontra movimentação financeira suspeita de Milton Ribeiro durante investigação
Ex-ministro da Educação foi preso nesta quarta-feira (22) pela Polícia Federal (PF)
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
A Controladoria-Geral da União (CGU) identificou uma movimentação financeira suspeita do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, que foi preso pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (22), o que acendeu alertas no time do órgão.
Milton Ribeiro foi preso pela PF em Santos, no âmbito de uma operação, batizada de Acesso Pago, que investiga a prática de tráfico de influência e corrupção na liberação de verbas do FNDE, órgão ligado ao Ministério da Educação.
De acordo com a CHU, o achado veio há cerca de três semanas e mudou os rumos da apuração. Uma fonte graduada com acesso aos achados da investigação disse à emissora que houve surpresa e que a equipe da CGU, desde então, trabalha para cruzar essa movimentação com outros indícios e a relação direta de Milton com os pastores.
Até então, os cruzamentos feitos pelos desembolsos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e os municípios beneficiados não se mostravam prósperos. Mas, o achado dos ganhos financeiros atípicos, tiveram impacto decisivo na investigação, que ainda está em curso.
A CGU imagina que finalizará tudo até julho. No entanto, ainda aguardava explicações por parte de Milton para saber se, de fato, se trata de um benefício indevido.
A investigação da PF envolve um áudio no qual Ribeiro dizia liberar verbas da pasta por indicação de dois pastores, Gilmar Santos e Arilton Moura, a pedido de Bolsonaro. Alguns prefeitos também denunciaram pedidos de propina – em dinheiro e em ouro – em troca da liberação de recursos para os municípios.
Ribeiro já havia prestado depoimento à PF no final de março, quando confirmou que recebeu o pastor Gilmar a pedido de Bolsonaro. No entanto, ele negou que tenha ocorrido qualquer tipo favorecimento.