Chile tem o maior lixão de roupas clandestino do mundo
Local funciona apesar de decreto que proibe que roupas sejam destinadas a aterros sanitários comuns
Foto: Reprodução
O Chile tem o maior lixão clandestino de roupas do planeta, localizado no deserto do Atacama, que funciona apesar de um decreto que proíbe que roupas sejam destinadas a aterros sanitários comuns, por não serem biodegradáveis e terem componentes químicos altamente inflamáveis.
O país compra as peças rejeitadas por consumidores de outros países, e deposita no deserto o que não é comercializado, explica a repórter Nathalia Tavolieri, do Profissão Repórter.
Como relatou Patricio Ferreira Rivera, prefeito de Alto Hospício e responsável pela área onde fica o lixão, esse tipo de descarte é um problema não só do Chile, mas do mundo inteiro.
"Eles vendem, vão embora e se esquecem. É uma pena que não sejam capazes de tomar consciência e que nos considerem uma zona de descarte para o mundo inteiro. Isso não é um problema só do Chile", diz o prefeito.
Ainda segundo Rivera, a falta de recursos e o número reduzido de funcionários impedem que o problema seja resolvido. "Somos uma prefeitura pobre. Temos apenas seis pessoas que se dedicam à fiscalização de toda a região".
De acordo com a ONU, 20% de todo o desperdício de água do planeta é causado pela indústria têxtil. Durante a produção de uma calça jeans, por exemplo, são utilizados cerca de 7 mil litros de água, e a peça pode demorar mais de 200 anos para se decompor.