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China reafirma apoio ao Brasil contra tarifaço dos EUA e critica 'intimidação' de Trump; taxas entram em vigor nesta quarta (6)

Afirmação foi feita pelo ministro das relações exteriores chinês, Wang Yi, ao assessor especial da Presidência brasileira, embaixador Celso Amorim, em ligação telefônica

Por Da Redação
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China reafirma apoio ao Brasil contra tarifaço dos EUA e critica 'intimidação' de Trump; taxas entram em vigor nesta quarta (6)

Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

A China defendeu mais uma vez o Brasil contra o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que entra em vigor nesta quarta-feira (6). A informação foi divulgada em um comunicado pelo ministério de relações exteriores chinês.

O ministro Wang Yi fez uma ligação telefônica com o assessor especial da Presidência brasileira, Celso Amorim, na qual afirmou que a China apoia o Brasil na "defesa dos seus próprios direitos" e disse que é necessário resistência ao "comportamento de intimidação" das tarifas excessivas.

Wang ainda afirmou que o país asiático se opõe à "interferência externa irracional" nos assuntos internos brasileiros. Essa não foi a primeira vez que a China defendeu o Brasil contra as tarifas de 50%. No mês julho, quando Trump fez o anúncio, o país disse que as taxas "não deveriam ser uma ferramenta de coerção, intimidação ou interferência."

Devido o tarifaço, a China habilitou 183 novas empresas brasileiras a exportarem café para o país. A medida é uma forma de demonstrar apoio, já que os EUA são o maior cliente do produto brasileiro no mundo. 

A China também travou uma batalha tarifária com os Estados Unidos no início do ano. Em abril, Trump anunciou aumento de tarifas a produtos de uma série de países, e os produtos chineses receberam uma das taxas mais altas, de 34%.

Pequim retaliou, aumentou os impostos a produtos dos EUA, e se iniciou uma "batalha" de tarifas, com aumentos mútuos que chegaram a 145% para produtos chineses que entram nos EUA e 125% para os bens norte-americanos importados pela China.

Em maio, os EUA propôs negociações, e os dois países chegaram a um acordo, reduzindo as tarifas para 30% no caso de produtos chineses nos EUA, e 10% para produtos norte-americanos na China.

Tarifaço e Brasil

Os EUA e o Brasil vivem uma crise diplomática, com ataques de Trump ao Supremo Tribunal Federal (STF) e pedidos de defesa pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Segundo a Casa Branca, o tarifaço foi adotado em resposta a ações do governo brasileiro que representariam uma “ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos EUA”. 

A tarifa de 50% foi anunciada em uma carta pública enviada ao presidente Lula, no início do mês de julho. Para justificar a elevação na tarifa sobre o Brasil, Trump cita Bolsonaro e seu julgamento no Supremo. Segundo ele, a ação é "uma vergonha internacional".

Trump disse ainda que as tarifas são "em parte devido aos ataques insidiosos do Brasil às eleições livres e ao direito fundamental à liberdade de expressão dos americanos". Ele não apresentou provas das acusões e citou a determinação do ministro Alexandre de Moraes, de suspender a plataforma de vídeos Rumble, em fevereiro deste ano.

Em resposta, Lula disse que o Brasil é um país soberano e não vai aceitar "ser tutelado por ninguém". O presidente garantiu ainda que a elevação de tarifas será respondida com base na Lei da Reciprocidade Econômica. 

Desde então, Jair Bolsonaro, réu no Supremo por suposta tentativa de golpe de Estado, foi alvo de medidas restritivas de liberdade e passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica, devido investigação que aponta que o ex-presidente atuou em conjunto com o filho, Eduardo Bolsonaro, em ações para instigar a imposição de sanções dos Estados Unidos ao Brasil.

Eduardo é deputado federal licenciado, investigado por buscar interferência do governo Trump nos processos que envolvem o pai e aliados. Ele está nos EUA desde o mês de maio, e chegou a dizer que um acordo sobre as tarifas só aconteceria com "anistia ampla, geral e irrestrita".

12 dias depois de determinar as medidas contra Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes foi sancionado pelo governo dos Estados Unidos com base na Lei Magnitsky, em 30 de julho. De acordo com o Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, Moraes estaria conduzindo uma perseguição contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, o que motivou a sanção. 

No mesmo dia, Trump assinou o decreto que oficializava a elevação das taxas. Lula chegou a enviar uma equipe aos EUA para negociações, mas destacou diversas vezes que não encontrou espaço para diálogo. Questionado pela TV Globo sobre a situação, na última sexta-feira (1º), Trump disse que Lula poderia ligar para ele "quando quiser" e  que "ama o povo do Brasil". 

Ao todo, 700 produtos brasileiros que não serão sobretaxados, entre eles suco de laranja, combustíveis, veículos, aeronaves civis e determinados tipos de metais e madeira.

No dia 4 de agosto, Moraes determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro por desrespeitar as medidas restritivas impostas anteriormente ao utilizar redes sociais de aliados.

Em resposta, o Escritório para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos Estados Unidos utilizou a rede social X para dizer que Moraes é um "violador de direitos humanos" que usa as instituições brasileiras para "silenciar a oposição e ameaçar a democracia".

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