Cientistas descobrem água presa em 'gotas de video' na superfície da Lua
Estudo foi publicado na revista científica Nature Geoscience

Foto: Reprodução/NASA/JPL
Trilhões de quilos de água estão espalhados pela Lua, presos em pequenas "gotas de vido" que teriam sido formadas quando asteroides se bateram com a superfície da Lua, de acordo com um estudo publicado na segunda-feira (27) na revista científica Nature Geoscience. As informações são da CNN.
As descobertas foram reunidas por cientistas na China, que analisaram as primeiras amostras do solo lunar a serem trazidas à Terra desde a década de 1970.
A pesquisa indica a resposta para uma pergunta que os cientistas vêm fazendo há anos, enquanto, ao mesmo tempo, tentam entender como a água é estocada na Lua.
Para sustentar um ciclo da água na superfície da Lua, deveria existir uma camada hidratada (reservatório) profunda nas terras lunares, segundo os autores do estudo. “No entanto, encontrar esse reservatório parecia ilusório, apesar de diversos estudos terem investigado o inventário de água em grãos finos de minerais em solo lunar.”
A teoria proposta por esta última pesquisa é que essas gotas de vidro, formadas nos tempos antigos, podem ter sido imbuídas de água quando atingidas pelos ventos solares, que transportam hidrogênio e oxigênio da atmosfera do sol através do sistema solar. Na verdade, pode haver mais de 270 trilhões de quilos de água armazenados na Lua.
“Encontramos um novo mecanismo, no qual o hidrogênio do vento solar pode difundir nas gotas de vidro e, assim, identificamos um novo reservatório de água na Lua”, disse Hejiu Hui, um dos coautores do estudo e pesquisador da Universidade de Nanjing, por e-mail. “Por outro lado, gotas de vidro de impacto são distribuídas no regolito globalmente na Lua. Portanto, as gotas de vidro de impacto podem ser reabastecidas com água na superfície da Lua e podem sustentar o ciclo da água na superfície lunar”.
O cientista principal do Instituto Lunar e Planetário em Houston, David Kring, disse que a pesquisa dá uma nova visão sobre como a água pode ser armazenada na Lua, particularmente em locais semelhantes ao local de pouso da missão Chang’e 5 no lado próximo da Lua. Ele não esteve envolvido no estudo.
Contudo, para Kring, provavelmente existem lugares melhores para os astronautas coletarem água para fins práticos, “é por isso que estamos interessados nos polos lunares”.
“Acho que o interesse internacional na exploração da Lua alimentará o interesse de todos”, disse Kring. “Mal posso esperar até que tenhamos astronautas Ártemis na região polar sul lunar em dois a três anos.”