Cientistas identificam vasos sanguíneos preservados em fóssil de T. rex no Canadá
Descoberta em “Scotty”, o maior T. rex já encontrado, revela detalhes sobre ferimentos e cicatrização da espécie

Foto: ROGER HARRIS/SCIENCE PHOTO LIBRARY via Getty Images
Pesquisadores da Universidade de Regina, no Canadá, identificaram vasos sanguíneos preservados em um fóssil de Tyrannosaurus rex, um avanço que permite reconstruir de forma mais precisa a vida e as condições de saúde do animal. O estudo, publicado na revista Scientific Reports, foi conduzido pelo paleontólogo e PhD em física Jerit Leo Mitchell.
“Os tecidos moles são extremamente raros nos registros fósseis, mas podem ajudar a fornecer uma reconstrução muito mais realista da vida antiga. Isso inclui coisas como músculos e ligamentos, pigmentos ou até mesmo pele (como escamas ou penas), que contêm informações detalhadas sobre como os dinossauros viviam e como eram”, explicou Mitchell.
Os vasos sanguíneos foram encontrados no fóssil apelidado de “Scotty”, mantido na coleção do Museu Real de Saskatchewan. Considerado o maior T. rex já desencavado, o espécime apresenta fraturas e lesões que sugerem uma vida marcada por conflitos e doenças. Um osso da costela, em particular, mostrou uma grande fratura parcialmente curada.
“Em geral, depois que os ossos passam por um evento traumático como uma fratura, há um grande aumento na atividade dos vasos sanguíneos na área afetada como parte do processo de cicatrização. Acreditamos que foi isso que foi encontrado na costela de Scotty: uma extensa rede de vasos mineralizados que pudemos examinar usando modelos 3D reconstruídos”, afirmou o pesquisador.
Para analisar as microestruturas sem danificar o fóssil, a equipe utilizou raios X síncrotron de alta intensidade, produzidos em laboratórios de aceleradores de partículas. Os vasos foram preservados como moldes mineralizados ricos em ferro, permitindo estudar processos de cicatrização e comparar com parentes modernos dos dinossauros, como aves.
Mitchell ressalta que os resultados podem orientar futuras descobertas fósseis. “Com pesquisas interdisciplinares e novas aplicações de tecnologias avançadas, há um enorme potencial para recriar a vida passada dos dinossauros como nunca antes”, disse.