Cinco estados já têm segunda onda de Covid-19 pior do que a primeira
A Bahia pertence ao grupo em que a segunda onda foi menor que a primeira

Foto: Reprodução / Agência Brasil
Com a segunda onda da Covid-19 no Brasil, média móvel de mortes provocadas pela doença chegou a 323,14, em 11 de novembro do ano passado, e agora está em 1.071. Devido a essa diferença, são quase 700 pessoas a mais perdendo a vida diariamente por causa do novo coronavírus. O nível atual de mortes está no mesmo patamar observado em julho de 2020.
De acordo com o (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, essa não é a realidade de todos os estados brasileiros.
O levantamento aponta que há três grupos distintos: o primeiro engloba estados com uma segunda onda pior do que a primeira; o segundo conjunto está com a segunda onda semelhante à primeira; e o último está melhor agora do que na primeira onda de óbitos decorrentes da Covid-19. O Distrito Federal se encontra nesse terceiro cenário.
Segunda onda pior do que a primeira
Os dados mostras que entre as UFs mais atingidas pela segunda onda de Covid-19, até o momento, o Amazonas (AM) é o que mais chama a atenção. A unidade federativa esteve nas manchetes de jornais de todo o país em razão do colapso no sistema de saúde, quando chegou a faltar oxigênio hospitalar para pacientes internados com a doença. A média móvel de mortes no estado está acima de 100 desde 20 de janeiro e é a maior já observada no local.
Situação semelhante acontece nos estados de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. O recrudescimento na quantidade de óbitos fez com que Belo Horizonte, capital mineira, voltasse a fechar todo comércio não essencial, assim como ocorrido durante a primeira onda.
Segunda onda semelhante à primeira
Entre os estados em que a segunda onda se assemelha à primeira, estão Amapá, Espírito Santo, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo. Em maior ou menor grau, todos tiveram pico de mortes causadas pela Covid-19 em julho e agosto, queda na segunda metade de 2020 e repique a partir do último trimestre do ano passado.
Rondônia, já sinalizou o esgotamento do sistema de saúde no estado, pedindo o envio de médicos e a transferência de pacientes internados para outras UFs.
Além disso, o fato de a segunda onda não ter transposto a primeira não é garantia de que este grupo está isento de uma mudança no cenário. Qualquer outra dessas UFs pode passar pela situação de Rondônia, caso as medidas corretas para evitar o espalhamento da doença não forem tomadas.
Segunda onda menor do que a primeira
As unidades federativas com a situação menos grave no momento são as com curva de mortes significativamente menor agora do que a observada na primeira onda. São elas: Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Roraima, Sergipe e o Tocantins.
Estar neste grupo também não é motivo para relaxamento. Um menor número de óbitos atualmente não é garantia de que esse índice não venha a aumentar. Na Bahia, por exemplo, a média móvel de mortes está em torno de 32. A quantidade é menor do que a observada na primeira onda, que chegou a 73, mas é maior do que a registrada em outubro e novembro, quando estava na faixa de 20.