CNC prevê recorde de vendas na Black Friday

O comércio brasileiro está confiante quanto ao desempenho das vendas na Black Friday, prevendo um faturamento de R$ 4,64 bilhões, conforme estimativa divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Isso representa um crescimento de 4,3% em relação ao ano anterior, se confirmada a previsão, esta torna-se a maior movimentação financeira já registrada desde a chegada da data ao país, em 2010.

De acordo com um levantamento da CNC, os setores de eletroeletrônicos e utilidades domésticas (R$ 1,28 bilhão) e móveis e eletrodomésticos (R$ 1,05 bilhão) devem corresponder a quase metade (48%) do volume financeiro previsto. Em seguida, destacam-se hiper e supermercados (R$ 1,02 bilhão) e vestuário, calçados e acessórios (R$ 0,73 bilhão).

A desaceleração da inflação é um dos elementos que devem impulsionar as vendas, reduzindo a variação de preços que, no ano anterior, atingiu uma alta de 9,7%, contrastando com os atuais 3%. Além disso, a valorização de 7,5% do real frente ao dólar e os cortes recentes na taxa básica de juros pelo Banco Central promovem estratégias mais competitivas de preços pelos varejistas, favorecendo a busca por produtos duráveis como geladeiras, televisões e celulares.

O economista da CNC, Fabio Bentes, responsável pela pesquisa, ressaltou: "O início da flexibilização da política monetária a partir de agosto tende a distensionar o mercado de crédito em um evento caracterizado por um volume de vendas relativamente maior de bens duráveis – tradicionalmente mais dependentes das condições de crédito".

No entanto, o levantamento indicou que, apesar da demanda, alguns produtos têm apresentado aumento de preço, como o ar-condicionado, com um crescimento de 2,9% nos últimos 40 dias. Por outro lado, itens como televisores e fogões têm registrado queda de preços, -1,5% e -2,7%, respectivamente.

A Black Friday tem apresentado um crescimento consecutivo nas vendas desde 2017, tornando-se a quinta data mais expressiva para o comércio, ficando atrás apenas do Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e Dia dos Pais. Desde 2020, o crescimento se intensificou, especialmente devido ao aumento do comércio online, além da facilidade de comparação de preços proporcionada pela internet, reforçando a importância crescente da Black Friday no calendário de compras nacional, segundo a CNC.