CNJ vai investigar desembargador do Paraná por manifestação xenofóbica
Magistrado afirmou que Paraná tem nível cultural superior ao das regiões Norte e Nordeste
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vai investigar o desembargador Mário Helton Jorge, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR). O corregedor nacional de Justiça, ministro Luís Felipe Salomão, abriu uma reclamação disciplinar devido às declarações preconceituosas do magistrado contra o Norte e Nordeste, ocorridas na última quinta-feira (13), durante sessão de julgamento on-line da 2.ª Câmara Criminal.
Na reclamação, o corregedor nacional afirmou que a manifestação feita pelo magistrado do Paraná foi proferida fora de qualquer contexto referente ao caso julgado e que o conteúdo pode ter conotação preconceituosa e xenofóbica. O ministro Salomão também determinou que sejam prestadas informações no prazo de 15 dias.
O desembargador Mário Helton, ao falar do seu incômodo com a Operação Lava Jato, Petrolão e Mensalão, ele disse que "[…]é uma roubalheira generalizada. E isso no Paraná, que é um estado que tem um nível cultural superior ao Norte do país, ao Nordeste etc. É um país que não tem esse jogo político dos outros Estados. Aqui no Paraná, é uma vergonha”.
Depois da repercussão, o Tribunal de Justiça do Paraná publicou uma nota pública em que Mário Helton Jorge pede desculpas pelo ocorrido e afirma que se referia à corrupção em geral.
"Não houve intenção de menosprezar ou estabelecer comparação de cunho preconceituoso contra qualquer pessoa, instituição ou região. O magistrado lamenta o ocorrido e pediu sinceras desculpas pelo comentário", diz trecho da nota divulgada pelo TJ-PR.
A Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná (OAB-PR) também repudiou as declarações do desembargador e disse que os termos usados por ele são "incompatíveis com o senso de justiça e igualdade que se espera dos magistrados".