CNM pede troca de ministro da Saúde 'para o bem dos brasileiros'
Os prefeitos afirmam que são ignorados pelo Ministério
Foto: Erasmo Salomão/Ministério da Saúde
A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) divulgou nesta terça-feira (16) uma nota solicitando a troca do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Segundo o texto, Pazuello não tem condições de conduzir a superação da pandemia e deve ser substituído "para o bem dos brasileiros".
A nota também cita que recebeu "relatos de prefeitas e prefeitos de várias partes de país, indicando a suspensão da vacinação dos grupos prioritários a partir desta semana", por causa da falta de vacina nos estados. O documento é assinado pelo presidente da CNM, Glademir Aroldi.
A CNM também afirmou no texto que tem tentado dialogar com a atual gestão do Ministério da Saúde. "Foram várias as tentativas de diálogo com a atual gestão do Ministério, entre pedidos de agenda e de informação. A pasta tem reiteradamente ignorado os prefeitos do Brasil, com uma total inexistência de diálogo."
Em Salvador (BA), a campanha foi novamente suspensa no fim desta terça-feira (16) para a aplicação da primeira dose. O estoque que foi guardado para garantir a segunda dose de quem já deu início ao cronograma será aplicado normalmente.
Em nota ao G1, o Ministério da Saúde disse que não comentaria o tema porque a carta "não lhe foi endereçada". "O Ministério da Saúde e todos os seus dirigentes e corpo técnico estão trabalhando diuturnamente para dar a melhor resposta à sociedade".
A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) também se posicionou nesta terça (16), cobrando do governo federal um cronograma de prazos e metas para a imunização contra a Covid-19.
Confira a nota da CNM na integra:
"O movimento municipalista, por meio da Confederação Nacional de Municípios (CNM), vem a público, em nome dos gestores locais que assistem e vivem desesperadamente a angústia e o sofrimento da população que corre aos postos de saúde na busca de vacinas contra a Covid-19, manifestar sua indignação com a condução da crise sanitária pelo Ministério da Saúde e solicitar a troca de comando da pasta. A entidade tem acolhido relatos de prefeitas e prefeitos de várias partes de país, indicando a suspensão da vacinação dos grupos prioritários a partir desta semana, em consequência da interrupção da reposição das doses e da falta de previsão de novas remessas pelo Ministério.
Foram várias as tentativas de diálogo com a atual gestão do Ministério, entre pedidos de agenda e de informação. A pasta tem reiteradamente ignorado os prefeitos do Brasil, com uma total inexistência de diálogo. Seu comando não acreditou na vacinação como saída para a crise e não realizou o planejamento necessário para a aquisição de vacinas. Todas as iniciativas adotadas até aqui foram realizadas apenas como reação à pressão política e social, sem qualquer cronograma de distribuição para Estados e Municípios. Com uma postura passiva, a atual gestão não atende à expectativa da Federação brasileira, a qual deveria ter liderado, frustrando assim a população do País.
Por considerar que a vacinação é o único caminho para superar a crise sanitária e possibilitar a retomada do desenvolvimento econômico e social e por não acreditar que a atual gestão reúna as condições para conduzir este processo, o movimento municipalista entende necessária, urgente e inevitável a troca de comando da pasta para o bem dos brasileiros."