Coronavírus

Com ambos com direito a ficarem em silêncio, CPI recebe Carlos Wizard e auditor do TCU

Apesar de habeas corpus que permitem ficarem calados, comparecimento à sessão é obrigatório

Por Juliana Dias
Ás

Com ambos com direito a ficarem em silêncio, CPI recebe Carlos Wizard e auditor do TCU

Foto: Reprodução

A CPI da Pandemia tem marcado para esta quinta-feira (17) dois depoimentos: o do empresário Carlos Wizard e do auditor do Tribunal de Contas da União (TCU),  Alexandre Marques. Porém, ainda há muita dúvida sobre como será o depoimento de Wizard, já que até a última informação, o empresário estava nos Estados Unidos. Ainda na quarta (16), o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu a Wizard o direito de ficar em silêncio e não produzir provas contra si na CPI. Importante destacar que a convocação de Wizard acontece por conta da suspeita de que ele integre o "gabinete paralelo" ou "ministério paralelo" que teria assessorado o presidente da República, Jair Bolsonaro, em assuntos relacionados à pandemia.

Wizard já havia solicitado para dar o depoimento virtualmente, mas teve o pedido negado. De toda forma, o empresário teve a quebra de sigilos aprovada pela Comissão e o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou existir a possibilidade de ser pedida a condução coercitiva dele.

Ainda para esta quinta, está previsto o depoimento do auditor do TCU, Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques. Ele também conseguiu o direito de ficar em silêncio. Na quarta, quem depôs foi o ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, que sofreu impeachment ano passado. Witzel, que já foi próximo da família de Jair Bolsonaro, ontem responsabilizou Bolsonaro pelas mortes na pandemia, e apontou que o presidente da República atuou contra as medidas restritivas, atrapalhando o trabalho dos governadores. O clima ficou tenso várias vezes e o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente, e que não é membro da CPI, bateu-boca tanto com o relator, Renan Calheiros, quanto com o próprio Witzel. O ex-governador deixou o depoimento antes de responder a todas as perguntas, amparado pela decisão do Supremo. Agora a dúvida é se o comportamento começará a ser adotado por todos os depoentes.

O Senado ainda vai ter que aliar os depoimentos desta quinta com a votação da polêmica Medida Provisória que permite a privatização da Eletrobras. O texto enfrenta muita resistência. Um dos pontos de crítica, é que os senadores entendem que a Medida pode trazer aumento no valor das conta de luz nos próximos anos e ameaças à soberania energética do país.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:[email protected]

Faça seu comentário