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Economia

Com pior desempenho em quase 5 décadas, indicadores da China atrasam retomada global

Resultado provoca impactos econômicos no Brasil

Por Da Redação
Ás

Com pior desempenho em quase 5 décadas, indicadores da China atrasam retomada global

Foto: Reprodução

Nas últimas décadas, a China emergiu não apenas como uma "fábrica do mundo", mas também por ser uma nova e reluzente protagonista da economia global. O seu crescimento chegou a 14,2% em 2001, o que fez com o que país se posicionasse como a segunda maior força do planeta, apenas atrás dos Estados Unidos. Em 2021, mesmo com a pandemia, a China se destacou pelo seu PIB, que acelerou 8,1%. As informações foram publicadas na revista Veja, na última sexta-feira (25).  

No trimestre encerrado em junho, o PIB chinês cresceu 0,8% em relação ao período anterior. O resultado sinaliza a continuidade do ritmo mais lento da economia. Em 2022, o PIB avançou apenas 3%, foi o pior desempenho em quase cinco décadas. No mês passado, as exportações declinaram 14,5% em relação a julho de 2022, enquanto as importações caíram 12,4%. As principais preocupações dos chineses dizem respeito ao consumo estagnado. “A China precisa estimular a economia, tornando o corte de juros uma medida adequada”, diz Fabiana D'Atri, economista do Bradesco Asset Management. 

O país impediu há alguns dias a sua principal taxa de referência de 3,55% para 3,45% ao ano. No entanto, o índice de cinco anos, que é fundamental para hipotecas, ocorre inalterado. O produto de estratégia financeira reforça as inquietações já existentes sobre a estabilidade do setor imobiliário chinês, responsável por cerca de 30% do interno bruto. A situação se torna ainda mais delicada quando se considera o atraso nos pagamentos da Country Garden e o pedido de proteção contra falência da Evergrande, dois gigantes do setor imobiliário.

A desaceleração da economia chinesa ecoa nos mercados globais. Tome-se o Brasil como exemplo: o índice Ibovespa experimentou uma sequência de queda que havia muito não se via, em boa medida influenciada pelas turbulências recebidas da China, que prejudicaram o mercado de commodities. As flutuações nos preços do petróleo e da mineração de ferro são indicadores desse impacto. 

Os desafios econômicos são chamados a atenção da comunidade global. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, não hesitou em rotular a situação como uma “bomba-relógio”, sublinhando os desafios crescentes que o velho dragão enfrentará. Mesmo dentro da China, as preocupações estão se intensificando. Uma indicação clara foi a tentativa do governo de esconder a taxa alarmante de desemprego entre os jovens, que disparou para um recorde de 21,3%, o nível mais elevado já registrado no país. Outra preocupação é com o envelhecimento da população, que está acelerando mais do que o esperado.

Agora, para contribuir para o crescimento, a China conta com o apoio do setor produtivo, já que a máquina estatal imperou. “Há um claro direcionamento do governo chinês para diversificar sua estratégia, com ênfase crescente no segmento privado”, afirma Evandro Menezes, coordenador do Núcleo de Estudos Brasil-China da FGV. “Nesse contexto de reinvenção econômica, a China enfrenta o desafio de seduzir investidores estrangeiros, principalmente diante das retaliações provenientes dos Estados Unidos.” 

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