Comerciantes realizam novo protesto em Itaparica após derrubada de barracas pela prefeitura
Alguns comerciantes afirmam que não foram notificados da ação
Foto: Reprodução/TV Bahia
Um novo protesto foi realizado nesta quarta-feira (25) na Ilha de Itaparica, na Região Metropolitana de Salvador, após a prefeitura demolir barracas de comerciantes da região. A ação foi registrada às margens da BA-001, perto do terminal de Bom Despacho. Na ocasião, um grupo de manifestantes queimou objetos e interrompeu o tráfego de veículo na rodovia. O trecho ficou congestionado.
Os comerciantes da região afirmam que não foram avisados da decisão, embora trabalhem nos locais há muitos anos. A prefeitura municipal, no entanto, assegura que eles estavam cientes desde o mês passado. Além disso, os trabalhadores disseram que tiveram os imóveis derrubados, apesar de estarem com alvará de funcionamento quitado. No ato, os manifestantes cobraram uma providência por parte da prefeitura e alegaram que a ação é um “descaso” da gestão municipal com as famílias presentes, principalmente devido às dificuldades econômicas causadas pela pandemia. Uma manifestação já havia sido realizada na terça-feira (24), pelo mesmo motivo.
A prefeitura de Itaparica disse, em nota, que houve reunião com os comerciantes do local no mês de julho. Na ocasião, eles foram informados sobre a construção de um mercado-feira nas imediações do terminal de Bom Despacho, onde todos seriam abrigados. Ainda segundo a prefeitura, as famílias atingidas receberão cestas básicas enquanto o mercado-feira estiver em obras. Não foi informado, contudo, quanto os trabalhos serão iniciados e nem prazo de conclusão.
Com relação aos comerciantes que disseram possuir alvará de funcionamento quitado, a prefeitura de Itaparica informou que esses documentos teriam sido renovados de forma irregular, por gestões anteriores à atual.
Demolição
Pontos comerciais às margens da BA-001, perto do Terminal de Bom Despacho, foram demolidos pela prefeitura de Itaparica na manhã da terça-feira (24). Por causa da ação, os comerciantes fizeram um protesto e houve confusão com a Polícia Militar (PM). Na ocasião, os manifestantes criticaram a abordagem da PM, que utilizou bombas de efeito moral e spray de pimenta. A polícia afirmou, entretanto, que foi preciso usar meios não letais para manter o controle e que não houve registro de feridos ou presos na ação.
O total de construções atingidas não foi detalhado. A Secretaria de Infraestrutura da Bahia (Seinfra) também garantiu que todos os comerciantes foram notificados, mais de uma vez. Segundo o órgão, a faixa não deve ser ocupada por determinação legal e por medida de segurança.