Cometa Lemmon se aproxima da Terra e pode ser visto a olho nu no Brasil
O cometa foi descoberto em janeiro deste ano pelo observatório Mount Lemmon, no Arizona (EUA)

Foto: Reprodução/Pexels
O cometa C/2025 A6 (Lemmon) está em seu auge de brilho e pode ser observado do Brasil e de outras partes do mundo nesta semana. O corpo celeste alcançou sua maior aproximação da Terra, nesta terça-feira (21), a cerca de 90 milhões de quilômetros, antes de seguir em direção ao Sol.
Isso significa que a luz solar está refletindo com mais intensidade a superfície gelada, isso faz com que o astro está no ponto máximo de brilho e visibilidade. O cometa foi descoberto em janeiro deste ano pelo observatório Mount Lemmon, no Arizona (EUA).
Depois de contornar o Sol, no início de novembro, o cometa deve se afastar cada vez mais até desaparecer do alcance dos telescópios, e só voltará a passar por aqui daqui a cerca de 1.300 anos. Conforme a Royal Astronomical Society, o Lemmon é o cometa mais fácil de ver em 2025, em ambos os hemisférios.
O Lemmon tem origem nas regiões mais distantes do Sistema Solar, no Cinturão de Kuiper, uma região localizada além da órbita de Netuno, que contém milhões de corpos celestes gelados. Quem explicou isso foi o astrônomo Gabriel Rodrigues Hickel, doutor em Astrofísica pelo Inpe e professor da Unifei, ao g1.
Gabriel também explicou que o brilho visível se deve à reflexão da luz solar nos gases e poeira que se desprendem quando o cometa se aproxima do Sol. Esses materiais formam o 'coma', que é uma espécie de envoltório em volta do núcleo.
"O vento solar empurra parte desse material, criando a famosa cauda, que sempre aponta para o lado oposto do Sol", acrescentou Gabriel. Por isso, o Lemmon pode ser visto a olho nu ou com binóculos, com ponto esverdeado e difuso, principalmente em locais escuros.
Até o final de outubro, o cometa estará visível em melhores condições para o Nemisfério Norte. Gabriel disse que "a partir do dia 27 ou 28, todo o Brasil deve ter boas chances de ver o Lemmon logo após o pôr do Sol. Ele vai aparecer próximo aos planetas Mercúrio e Marte e à estrela Antares, na constelação de Escorpião".
A passagem do Lemmon coincide ainda com outro espetáculo celeste: a chuva de meteoros Orionídeos, ativa entre 2 de outubro e 7 de novembro, com pico também nesta semana. O fenômeno ocorre quando a Terra cruza fragmentos deixados pelo cometa Halley, que visita o entorno do nosso planeta a cada 75 anos, sua próxima aparição está prevista para 2061.
Pequenas partículas entram na atmosfera terrestre a grande velocidade e produzem os riscos luminosos conhecidos como "estrelas cadentes". Em noites de céu limpo, é possível ver dezenas delas por hora. Astrônomos recomendam procurar locais afastados das luzes da cidade e dar tempo aos olhos para se adaptar à escuridão.