Concursos militares registram alta nas inscrições
Crescimento do desemprego no Brasil é um dos motivos
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As inscrições para a Escola de Preparação dos Cadetes do Exército (EsPCEx) e para a Escola de Sargento das Armas (ESA) registraram um alta significativa de inscritos nos concursos, o que mostra forte correlação com o crescimento do desemprego no Brasil.
Na EsPCEx, o número de inscritos em 2015 foi de 17.633 jovens. No ano seguinte, chegou a 29.771 — sendo 22.064 homens. O número de inscritos ultrapassou 40 mil em 2017, patamar que se manteve até o ano passado.
Já na ESA, as inscrições voltaram ao patamar que tinham no início do século. Em 2001, foram 113 mil homens concorrendo para as 1.480 vagas. O número caiu para 37.055 em 2006 e voltou a subir em 2019, quando alcançou 118 mil interessados — 85 mil para o concurso exclusivo masculino.
De acordo com o coordenador do curso preparatório Aprovação Virtual, Leonardo Chucrute, em entrevista a Folha de S.Paulo, já é esperado que a procura pela carreira militar aumente quando o Brasil entra em cris. "Os jovens procuram a estabilidade, um bom salário, fora os benefícios que a carreira oferece”, disse.
O ingresso para estudar no Exército permite que cada aluno receba de imediato uma ajuda de custo. Na EsPCEx e na ESA, a ajuda de custo é de R$ 1.199. Eles são a porta de entrada para a Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), onde o jovem recebe um soldo de R$ 1.334 até se tornar um oficial, com salário inicial na casa dos R$ 6.000.
O alistamento obrigatório passou a ser um meio de entrada para jovens sem perspectiva imediata de emprego ou estudo.