Conheça os ministros da Cultura, Ciência e Tecnologia e Direitos Humanos
Margareth Menezes, Luciana Santos e Silvio Almeida são os escolhidos para comandar as pastas
Foto: José de Holanda/Agência Brasil/Divulgação
Anunciados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Margareth Menezes, Luciana Santos e Silvio Almeida são os novos ministros da Cultura, Ciência e Tecnologia e Direitos Humanos no novo governo, na respectiva ordem. Saiba mais sobre eles e suas experiências na trajetória política:
Margareth Menezes
Nascida em Boa Viagem, na Península de Itapagipe, em Salvador, Margareth Menezes da Purificação nasceu em 13 de outubro de 1962 e iniciou sua carreira artística no teatro, onde foi do grupo teatral do Centro Integrado de Educação Luiz Tarquínio, em Salvador, em 1977.
Entre os 15 e 18 anos, Margareth chegou a ter aulas com o ator e diretor teatral Reinaldo Nunes, no qual também participou de peças como “Ser ou Não Ser Gente” (1980), no Teatro Vila Velha, em Salvador, e “Máscaras” (1981), de Menotti Del Picchia.
Ainda na carreira de atriz, a artista fundou o “Troca de Segredos em Geral”, grupo teatral que se dedicou a montagem da peça “O Inspetor Geral”, do russo Nikolai Gogol. Um ano depois ela também criou o Gran Circo Troca de Segredos, que ajudou a revolucionar a cena cultural da capital baiana.
A sua experiência com a música foi quando ainda era atriz, em 1986, em uma turnê no interior na Bahia. Depois disso, ela passou a se apresentar no Teatro Castro Alves, por meio do Projeto Pixinguinha.
Foi só em 1987 que a atual ministra da Cultura foi convidada para participar do single "Faraó - Divindade do Egito" com Djalma Oliveira. A música foi considerada como o primeiro samba-reggae do Brasil. No mesmo ano, em novembro, a artista foi lançada como "Margareth Menezes".
A partir de 1991 foi um álbum atrás do outro. O primeiro foi "Elegibô", seguido de "Kindala", "Afropopbrasileiro", "Tete-a-Tete", "Pra Você", "Para Gil e Caetano", e seu último chamado "Autêntica, lançado em 2019, o que lhe rendeu a quarta indicação ao Grammy Awards de 2020.
Em dezembro, ela foi convidada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para comandar o Ministério da Cultura, pasta que no governo Jair Bolsonaro (PL) foi transformada em uma secretaria subordinada ao Ministério do Turismo.
A pasta é responsável pela elaboração de políticas públicas e fomento ao setor cultural. Além disso, o ministério também cuida do patrimônio histórico e cultural do país. A escolha de Margareth ajuda Lula a cumprir uma de suas promessas de campanha, que é de formar um ministério com representatividade negra e mulheres.
Luciana Santos
A nova ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, é ex-vice-governadora de Pernambuco e presidente nacional do PCdoB, partido pelo qual é filiada e faz parte da base parlamentar do Partido dos Trabalhadores (PT).
Ex-deputada estadual e federal, Luciana tem 57 anos, é natural do Recife e foi a primeira mulher a ocupar o cargo de vice-governadora de Pernambuco, eleita em 2018 junto com Paulo Câmara (PSB).
Formada em engenharia, a ministra iniciou a trajetória política no movimento estudantil, já foi prefeita de Olinda por dois mandatos e também foi secretária estadual de Ciência e Tecnologia no governo de Eduardo Campos (PSB) de 2009 a 2010.
Improbidade administrativa
Em outubro de 2019, ela foi condenada por improbidade administrativa em sentença da 1ª Vara da Fazenda Pública de Olinda. Junto a outros servidores, Luciana foi responsabilizada por um contrato fraudulento para a gestão do parque energético e de iluminação do município, em uma licitação de 2004.
A decisão fixou multa de cinco vezes o salário dela na época, além de período de seis anos de ilegibilidade. Na época, ela afirmou que a condenação não indicou ter havido desvio de recursos públicos e que a obra fora aprovada pelo Tribunal de Contas de Pernambuco. Ela recorreu, mas ainda não há decisão de segunda instância sobre o caso.
Silvio Almeida
Nascido em São Paulo, o novo ministro dos Direitos Humanos do governo de Lula, Silvio Luiz de Almeida, de 46 anos, é bacharel em Direito pelo Mackenzie, doutor pela Universidade de São Paulo (USP), onde concluiu o pós-doutoramento.
O novo ministro também é graduado em filosofia pela USP, pesquisador do programa de pós-doutorado da Faculdade de Economia da USP, professor de graduação e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Direito Político e Econômico da Faculdade de Direito do Mackenzie.
Almeida ainda é presidente do Instituto Luiz Gama, uma associação civil sem fins lucrativos formada por acadêmicos, juristas e militantes de movimentos sociais que atua na defesa das causas populares, com ênfase nas questões sobre negros, minorias e direitos humanos.
Ele também leciona na Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV-EAESP) e na Escola de Direito de São Paulo da FGV, além de ser professor visitante da Universidade de Columbia (EUA) e da Universidade de Duke (EUA).
O novo ministro é autor de diversos livros e publicações, como "Racismo estrutural" (2019) e "O direito no jovem Lukács: A filosofia do direito em 'história e consciência de classe'" (2006).
Ele fez parte do grupo técnico de direitos humanos durante a transição de governo e foi um dos que recomendou a revogação de indicações feitas pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) para as comissões de Anistia e de Mortos Desaparecidos.