Conib condena apoio do Brasil à ação conta Israel
Governo Lula apoiou ação da África do Sul no Tribunal de Haia, que acusa Israel de genocídio na guerra contra o Hamas
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil
Nesta quinta-feira (11), a Confederação Israelita do Brasil (Conib) condenou a decisão do governo brasileiro de apoiar a ação da África do Sul na Corte Internacional de Justiça de Haia que acusa Israel de genocídio na guerra contra o Hamas. De acordo com a entidade, a decisão vai contra a posição de ‘moderação’ da política externa brasileira.
"A ação sul-africana é uma inversão da realidade. O conflito atual começou depois das atrocidades dos terroristas do Hamas contra a população de Israel, que matou indiscriminada e barbaramente mais de 1.200 pessoas, no ataque mais mortal contra o povo judeu desde o Holocausto. Israel está apenas se defendendo de um inimigo, ele sim, genocida, que manifesta abertamente seu desejo genocida de exterminar Israel e os judeus", diz o comunicado.
"Nesta terrível guerra iniciada pelo Hamas, as forças de Israel tomam precauções que nenhum outro exército tomou para preservar a população civil, alertando sobre ataques em áreas urbanas, orientando civis a saírem da zona de conflito, permitindo ajuda humanitária.” acrescentou
O Ministério de Relações Exteriores publicou, na última quarta-feira (10), uma nota na qual afirma que a decisão de apoiar a iniciativa sul-africana ocorreu depois do presidente Lula se reunir com o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben.
"À luz das flagrantes violações ao direito internacional humanitário, o presidente manifestou seu apoio à iniciativa da África do Sul de acionar a Corte Internacional de Justiça para que determine que Israel cesse imediatamente todos os atos e medidas que possam constituir genocídio ou crimes relacionados nos termos da Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio", afirma o Itamaraty.
A Corte Internacional de Justiça é um órgão judicial da Organização das Nações Unidos (ONU), responsável disputas entre países. A África do Sul apresentou o documento e alegou supostas violações à Convenção sobre a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio durante o conflito em Gaza. Estão previstas reuniões para discutir o tema nos dias 11 e 12 de janeiro.