Conselho de Segurança da ONU repudia restrições dos talibãs às mulheres
Membros do Conselho se dizem "profundamente alarmados" com novas medidas contra educação e atuação profissional de mulheres
Foto: Amber Clay/Pixabay
O Conselho de Segurança da ONU, divulgou na última terça-feira (27) um comunicado sobre as novas medidas de restrições impostas as mulheres pelo talibã. No documento, os membros do conselho afirmaram estar "profundamente alarmados" com as últimas medidas contra a educação de mulheres e meninas. Os embaixadores expressaram preocupação sobre funcionárias de ONGs e organizações internacionais serem proibidas de exercer seu trabalho.
O órgão alertou para o impacto que as restrições causaria para as operações humanitárias no Afeganistão, incluindo as da ONU, e a entrega de ajuda e trabalho de saúde. Segundo o Conselho, as restrições “contradizem os compromissos assumidos pelos talibãs perante o povo afegão, bem como as expectativas da comunidade internacional”.
O Conselho de Segurança demonstrou seu total apoio à Missão de Assistência da ONU no país, Unama, e à Representante Especial Roza Isakovna Otunbayeva, destacando a importância de que ela desempenha seu mandato, inclusive por meio do monitoramento e relatórios sobre a situação, e continue a se envolver com os atores políticos afegãos relevantes e partes interessadas.
"Ato de misoginia"
Além da manifestação do Conselho de Segurança, a ONU Mulheres também expressou preocupação com as novas medidas. Segundo a diretora-executiva da agência, Sima Bahous, as restrições são uma violação aos direitos humanos. A diretora-executiva acrescenta ser também um ato de "misoginia implacável, um ataque virulento às mulheres, suas contribuições, suas liberdades e suas vozes".