Conselho Federal de Medicina solicita que Anvisa proíba a venda de PMMA em procedimentos estéticos
Substância deveria ser utilizada apenas em tratamentos médicos e dentários, mas é utilizada de forma indiscriminadamente em procedimentos estéticos
Foto: Reprodução/Marcelo Camargo/Agência Brasil
O Conselho Federal de Medicina solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária que proíba a venda do polimetilmetacrilato (PMMA), substância utilizada indiscriminadamente em procedimentos estéticos.
O PMMA é uma substância plástica utilizada como cimento ósseo para fixar próteses ortopédicas, e em tratamentos dentários. A substância também costuma ser usada para corrigir pequenas conformidades provocadas pela poliomielite e cicatrizes profundas, ou para reparar a perda da gordura em pacientes com HIV.
Nos últimos anos, o produto se popularizou em procedimentos estéticos realizados em consultórios médicos e em clínicas de estética, principalmente nos pacientes interessados em aumentar os glúteos. Muitos desses pacientes registram danos graves à saúde após a utilização da substância nas clínicas.
Um estudo realizado com 239 pessoas que usaram o PMMA registrou que 90% dos pacientes com complicações são mulheres de 30 a 50 anos de idade. Essas mulheres costumam ser mais afetadas nas regiões da face e glúteos.
No dia 2 de julho do ano passado, em Goiás, a influenciadora digital Aline Maria Ferreira, que na época tinha 33 anos, morreu após fazer um procedimento estético e aumentar os glúteos com a aplicação de PMMA. Na ocasião, a proprietária da clínica onde o procedimento foi realizado, Grazielly da Silva Barbosa, foi presa pela Polícia Civil.
As sociedades de cirurgia plástica e de dermatologia e o Conselho Federal de Medicina (CFM) já haviam solicitado a proibição do uso do PMMA em procedimentos estéticos. O tema voltou a ser discutido, e o CFM defende a proibição da substância. De acordo com o Conselho, existem outras substâncias mais modernas, que podem ser usadas nos tratamentos médicos.
A associação que representa os fabricantes do PMMA opinou que, a solução adequada é combater o mercado clandestino, ao invés de proibir o produto.
A Anvisa informou que vai analisar a documentação apresentada pelo Conselho Federal de Medicina, e reforçou que o PMMA não é indicado para fins estéticos.