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Consumo tem menor crescimento desde a pandemia no 3º tri; exportação avança mesmo com tarifaço

Na comparação anual, a alta de 0,4% foi a menor desde o primeiro trimestre de 2021, durante a pandemia da Covid-19

Por FolhaPress
Às

Consumo tem menor crescimento desde a pandemia no 3º tri; exportação avança mesmo com tarifaço

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

LEONARDO VIECELI E EDUARDO CUCOLO

O consumo das famílias brasileiras cresceu 0,1% no terceiro trimestre de 2025, pior resultado desde o último trimestre de 2024 (-0,9%), apontam dados do PIB (Produto Interno Bruto) divulgados nesta quinta (4) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Na comparação anual, a alta de 0,4% foi a menor desde o primeiro trimestre de 2021, durante a pandemia da Covid-19.

Ainda assim, o indicador se manteve em terreno positivo pelo 18º mês seguido nessa comparação, devido, principalmente, aos aumentos da massa salarial real, das transferências governamentais de renda e do crédito para as famílias, segundo o IBGE.

Os dados mostram o PIB pelo lado da demanda por bens e serviços.

Os investimentos avançaram 0,9% em relação ao trimestre anterior e 2,3% na comparação com um ano atrás, com as altas na construção, na importação de bens de capital e no desenvolvimento de software, apesar da queda na produção interna de bens de capital (ativos para a produção).

A economia brasileira continuou em desaceleração no terceiro trimestre deste ano, com leve avanço de 0,1% em relação aos três meses imediatamente anteriores.

O terceiro trimestre foi marcado pelos juros altos, que dificultam os investimentos produtivos e o consumo de parte dos bens industriais e dos serviços.

Por outro lado, o mercado de trabalho seguiu mostrando sinais de força. O desemprego baixo e a renda em alta beneficiam o consumo.

O comércio exterior contribuiu positivamente para o PIB, apesar do tarifaço anunciado pelos Estados Unidos contra produtos brasileiros.

O avanço nas exportações de bens e serviços (3,3%) foi maior do que nas importações (0,3%) em relação ao segundo trimestre de 2025. Na comparação anual, o crescimento foi de 7,2% nas vendas para o exterior, enquanto as compras avançaram 2,2%.

Claudia Dionísio, analista das Contas Trimestrais do IBGE, afirma que os impactos do tarifaço foram localizados em setores específicos e com menor peso nas exportações totais, como as indústrias de calçados e madeira. Produtos que pesam mais, como petróleo, soja e carne bovina, conseguiram encontrar outros compradores, com destaque para a China.

"Esse redirecionamento de mercado acaba mitigando um pouco esse efeito do tarifaço, uma vez que a nossa pauta de exportação é muito pautada em commodities", disse Dionísio.

Segundo a analista, os efeitos das restrições foram menores que os esperados inicialmente, como já mostraram outras pesquisas setoriais do IBGE, embora o instituto não tenha como mensurar separadamente apenas o efeito do tarifaço no PIB.

"O feito é pequeno. É muito mais importante olhar para efeitos conjunturais macroeconômicos, no caso, política monetária, inflação e mercado de trabalho, que estão explicando melhor o resultado do terceiro trimestre."

O tarifaço de Donald Trump, que impactou embarques do Brasil para os Estados Unidos, entrou em vigor em agosto. Os americanos já derrubaram parte das sobretaxas, e o governo Lula (PT) tenta novas medidas nesse sentido.

Segundo o IBGE, entre as exportações, os melhores resultados foram da extração de petróleo e gás; veículos automotores; agropecuária; e celulose. Nas importações, os destaques foram: extração de minerais não metálicos; produtos químicos; outros equipamentos de transportes; e máquinas e equipamentos.

O consumo do governo cresceu 1,3% na comparação trimestral e 1,8% na anual.

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