Conta de subsídios será utilizado para pagar importação de energia da Venezuela
Aneel estima economia de R$ 9 milhões mensais de novembro a janeiro de 2024 com medida
Foto: Marcello Casal JR/ Agência Brasil
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, nesta terça-feira (19), o uso da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) para bancar a importação de energia da Venezuela para suprir Roraima, único estado do país que não está conectado ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
A energia será importada pela empresa Âmbar, do grupo J&F, que será remunerada pela CCC, que é um encargo usado para custear a geração de energia termelétrica em sistemas isolados e pago por todos os consumidores na conta de luz.
Por não estar ligado ao sistema nacional, Roraima é atendido por usinas termelétricas, mais poluentes e caras. A estimativa da Aneel é que, com a importação da Venezuela, haja uma economia mensal de cerca de R$9 milhões na CCC no período de novembro a janeiro de 2024.
O preço da energia importada será de R$1.080,00 por megawatt-hora (MWh) para os primeiros 30 MW importados e depois, para a importação de 31 MW a 60 MW, o preço passa a R$900 por MWh.
De acordo com a Aneel, a estimativa é que Âmbar deve receber R$17 milhões entre novembro e janeiro de 2024, período em que a importação foi autorizada.
Com a importação, a energia das usinas termelétricas que hoje abastecem Roraima será substituída pela produção da usina hidrelétrica de Guri, na Venezuela.
A retomada foi viabilizada por um decreto assinado em agosto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que autorizou o Brasil a importar energia de países vizinhos.
A Venezuela parou de enviar energia a Roraima em 2019, após uma série de apagões históricos no país. Desde então, o fornecimento aos consumidores no estado é feito por usinas termelétricas.