Contas em dia: planejamento financeiro no início do ano é primeiro passo para um 2025 mais tranquilo, garante especialista
Planejadora financeira dá dicas para atravessar 'avalanche' de contas em janeiro, como IPTU, IPVA e material escolar, e evitar dívidas
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“Segurar as pontas”, “apertar o cinto”, “pisar no freio”. É comum ouvir essas e outras expressões em janeiro, quando, após as festas de fim de ano, muita gente precisa recalcular as rotas dos gastos e economizar para conseguir arcar com os compromissos financeiros do mês. É o caso de Jessé Pitta, 31, que pagará pela primeira vez o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Depois de esgotar a reserva financeira com a compra do carro e as contribuições no Natal e Réveillon em família, ele precisará gastar menos no primeiro mês do ano. "Depois de tantos gastos no final de 2024, agora vou ter que segurar os gastos e economizar onde der para pagar o IPVA e não fazer dívidas”, disse Jessé.
Já para Luciana Santos, 34, os materiais escolares dos filhos são o “peso” no orçamento do mês de janeiro. “Por mais que eu busque alternativas, valores mais em conta, não adianta, é sempre um peso nas contas, porque é muita coisa e os preços estão altos mesmo”, destacou.
Segundo a planejadora financeira Anna Fonseca, para lidar com as despesas dos primeiros meses e conseguir planejar os próximos passos, é fundamental falar de organização do orçamento já no início do ano. “Esse é o período em que as contas chegam com força total. Depois das festas de fim de ano, onde muitas vezes os gastos extrapolam, temos despesas importantes como IPVA, IPTU, material escolar e matrículas. Se não houver um planejamento, é fácil perder o controle e começar o ano no vermelho. Por isso, organizar as finanças agora é o primeiro passo para ter um 2025 mais tranquilo e equilibrado”, pontuou Anna.
Fonseca sinaliza que o mais importante deve ser a priorização das contas, por meio de listas com todas as despesas obrigatórias organizadas por vencimento. Se possível, Anna Fonseca orienta que os descontos para pagamentos à vista de impostos como IPTU e IPVA sejam aproveitados, mas só se a pessoa ou família tiver reserva para isso.
“Caso contrário, optar pelo parcelamento sem juros, assim evita comprometer todo o orçamento de uma só vez. E, claro, evitar ao máximo recorrer ao crédito sem planejamento, como cartão ou cheque especial, que são as modalidades de crédito mais caras”, completa a especialista.
Perdi o controle, e agora?
Para os que extrapolaram os gastos de fim de ano e perderam o controle orçamentário, Anna aconselha: o cuidado deve ser em não se desesperar, pois é possível se reorganizar. "O segredo é ajustar o custo de vida pelo menos por um tempo. Analisar os gastos, identificar os gargalos e eliminar as gorduras. Isso pode incluir substituir os deliverys por comida feita em casa, cancelar assinaturas que não estão sendo usadas, adiar compras que não são prioridades", destacou.
Considerar renegociar prazos ou parcelar dívidas maiores a fim de priorizar pagamentos mais urgentes ou dividas mais caras também pode ser uma saída, indica a especialista. "O importante é ter uma visão clara das suas finanças para tomar decisões conscientes e evitar criar novas dívidas", disse Fonseca.