Contas Externas têm déficit de US$ 843 milhões em junho
Déficit no ano é o menor desde 2017
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O Banco Central divulgou nesta quarta-feira (26) que as contas externas do Brasil registraram um déficit de US$ 843 milhões em junho deste ano. Em comparação com o mesmo mês de 2022, quando houve superávit de US$ 266 milhões nas transações correntes, a diferença é significativa. Esse resultado é influenciado pelo aumento do déficit em renda primária, que inclui o pagamento de juros e lucros a empresas estrangeiras.
O déficit na renda primária aumentou US$ 2,8 bilhões devido a pagamentos de juros ao exterior em operações intercompanhias e em empréstimos externos tradicionais. Além disso, houve uma diminuição no superávit da renda secundária, que são as transferências sem contrapartidas.
Balança comercial e serviços
Entretanto, esses números foram parcialmente compensados pelo aumento do superávit comercial de bens em US$ 1,3 bilhão e pelo recuo do déficit em serviços em US$ 700 milhões. A balança comercial teve o maior superávit da série histórica para meses de junho, iniciada em janeiro de 1995, com exportações de bens totalizando US$ 30,247 bilhões e importações de US$ 21,645 bilhões.
No acumulado de 12 meses, o déficit em transações correntes é de US$ 49,967 bilhões, representando 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Já no acumulado do ano, o déficit é de US$ 13,803 bilhões, o menor para o período desde 2017.
A redução nas exportações foi influenciada pelos preços internacionais, enquanto as importações diminuíram devido ao menor volume importado. A balança comercial fechou com superávit de US$ 8,603 bilhões em junho, o que contribuiu para o resultado geral das contas externas.
Na conta de serviços, o déficit também apresentou redução de 16,8% em relação ao ano anterior, influenciado, em parte, por menores gastos em fretes devido à queda nos preços internacionais e redução nas exportações e importações.