COP28: Petrobras e outras petrolíferas firmam compromisso para reduzir emissões de gases poluentes
Acordo visa diminuir pela metade emissões de metano até 2030 e zerar até 2050
Foto: Agência Brasil
Representantes das principais empresas petrolíferas, incluindo a Petrobras, assinaram um acordo na COP28 em Dubai para reduzir significativamente as emissões de gases poluentes em suas operações. O compromisso, refletido na Carta de Descarbonização de Petróleo e Gás (OGDC), envolve 50 empresas de petróleo e gás que se comprometem a reduzir pela metade a emissão de metano até 2030 e eliminá-la completamente até 2050.
A Carta de Descarbonização do Petróleo e do Gás, anunciada no último sábado (2), marca um avanço nas negociações da conferência climática. O metano, gás poluente emitido em larga escala em operações industriais, é alvo do tratado devido à sua contribuição para o aquecimento global.
Cientistas alertam para a urgência na redução das emissões de metano para evitar o aumento exacerbado do aquecimento global. As empresas signatárias, responsáveis por cerca de 40% da produção global de petróleo, comprometeram-se não apenas a reduzir as emissões de metano, mas também a investir em energias renováveis e acelerar a descarbonização. Dentre as participantes, estão a xxonMobil, dos Estados Unidos, e a Aramco, da Arábia Saudita.
Sultan Ahmed Al-Jaber, presidente da COP28 em Dubai, destacou que o lançamento do mecanismo é um "primeiro grande passo". "Se quisermos acelerar os avanços em toda a agenda climática, temos de reconhecer a responsabilidade de todos pela ação climática. Todos temos de nos concentrar na redução das emissões e aplicar uma visão positiva para impulsionar a ação climática e levar todos a agir”, disse ele.
Além de presidir a conferência, o líder também comanda a Empresa Nacional de Petróleo de Abu Dhabi, conhecida como Adnoc. Segundo o Intercept Brasil, Mais de 10 empregados da Adnoc foram indicados para funções na equipe do evento, dois deles nomeados como negociadores para os Emirados Árabes.
Apesar de promissora, a medida, no entanto, foi alvo de diversas críticas. Diversas organizações ambientalistas criticaram a carta por não fazer menção à eliminação do uso de combustível fóssil em algum momento e chamaram atenção para o fato de Al-Jaber defender os interesses do mercado petrolífero.