Copom mantém Selic em 13,75% mesmo com pressão do governo Lula
Banco Central manteve a taxa pela 7ª reunião consecutiva
Foto: Marcelo Casal Jr/Agência Brasil
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou, nesta quarta-feira (21), que vai manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano. A decisão é 7ª consecutiva, mesmo com a pressão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e dos seus aliados, que pedem uma redução da taxa.
"O Comitê avalia que a conjuntura demanda paciência e serenidade na condução da política monetária e relembra que os passos futuros da política monetária dependerão da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos", sinalizou o BC.
A decisão unânime de desta quarta (21), que mantém a Selic no maior nível desde janeiro de 2017, já era amplamente aguardada pelo mercado financeiro.
Houve surpresa desinflacionária nos dados do IPCA de maio e as expectativas de inflação começaram a ceder de forma mais consistente, ainda que permaneçam acima da meta. Além disso, houve forte valorização da moeda brasileira, e o avanço do novo arcabouço fiscal reduziu a curva longa de juros.
Segundo o Estadão, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, tem sinalizado espaço para queda de juros à frente, mas tem pedido “paciência”. Outros membros do Copom, como o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução, Renato Dias Gomes, afirmou que há “sinais preliminares” de melhoria. No mercado, a aposta é de queda da Selic em agosto.