Coreia do Norte tem trabalho forçado institucionalizado, denuncia ONU
Segundo relatório da organização, trabalhadores “são colocados sob vigilância constante” e “espancados regularmente”
Foto: Flickr/driver Photographer
A Organização das Nações Unidas (ONU) denunciou, nesta terça-feira (16), a existência de um sistema de trabalho forçado profundamente institucionalizado na Coreia do Norte, que, em alguns casos, pode constituir escravidão, um crime contra a humanidade.
A denúncia está presente em um relatório, preparado pelo Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, que detalhou como os norte-coreanos são "controlados e explorados por um vasto sistema de trabalho forçado em múltiplos níveis".
"Os testemunhos contidos neste relatório oferecem uma visão impactante e angustiante dos sofrimentos infligidos pelo trabalho forçado, tanto pela sua magnitude quanto pelo nível de violência e tratamento desumano", afirmou o Alto Comissário, Volker Türk, em um comunicado.
"Essas pessoas são obrigadas a trabalhar em condições intoleráveis, frequentemente em setores perigosos, sem salário, sem possibilidade de escolha, sem possibilidade de sair, sem proteção, sem atendimento médico, sem férias, sem comida e sem abrigo", denunciou.
O documento aponta, ainda, que um grande número de pessoas é regularmente espancado e as mulheres são "constantemente expostas a riscos de violência sexual".
O Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos baseou-se em diversas fontes para elaborar este relatório, incluindo 183 entrevistas realizadas entre 2015 e 2023 com vítimas e testemunhas que conseguiram fugir da Coreia do Norte e vivem no exterior.