Corpo de papa já 'explodiu' após técnica de conservação de corpo dar errado
Técnica proposta pelo médico Riccardo Galeazzi-Lisi envolvia conservação em óleos, ervas e até papel celofane

Foto: Michael Pitcairn/Domínio público
O papa Francisco, que faleceu na última segunda-feira (21),será sepultado neste sábado (26), finalizando os seis dias de ritos funerários. Segundo a tradição do Vaticano, o corpo de um pontífice deve permanecer exposto por um longo período no Vaticano, para que os fiéis possam prestar as últimas homenagens.
Para que o corpo permaneça preservado, é necessário uma equipe de médicos e profissionais da tanatopraxia. No entanto, a cerimônia de despedida do papa Pio XII, no ano de 1958, foi acometida com a 'explosão' do corpo do pontífice.
Na época, o "papa Pacelli", como era conhecido na Itália, detinha muita popularidade, especialmente na capital italiana, onde havia nascido. Era esperada uma multidão jamais vista para o cortejo fúnebre.
O papa morreu em um dia 9 de outubro, aos 82 anos, vítima de uma parada cardíaca, após três dias de uma súbita deterioração de saúde.
Estava presente o médico Riccardo Galeazzi-Lisi, um oftalmologista originário de uma influente família em Roma que ascendeu ao posto de "arquiatra pontifício", chefe da equipe médica do Vaticano.
O médico optou por utilizar uma técnica que ele afirmava ter sido desenvolvida para preservar corpos, chamada de "osmose aromática". A técnica consistia em injetar resinas voláteis e certos óleos e outras substâncias com ação desoxidante no corpo do papa.
Após passar pelo procedimento e durante a primeira exposição do corpo do papa na Sala dos suíços do palácio de Castel Gandolfo, os presentes perceberam que algo estava errado. O corpo passou a exalar um forte odor enquanto passava pelo processo de decomposição.
Os gases formados na decomposição, foram responsáveis por inchar o corpo do pontífice, principalmente a região do tórax.
Durante o translado do corpo até a Basílica de São Pedro, pouco antes de entrar em Roma, os ocupantes do carro funerário cedido pela prefeitura ouvem um altíssimo barulho de explosão vindo do caixão. O corpo do líder religioso despedaçou.
Profissionais tiveram de improvisar um reparo no corpo às pressas. O caixão teve de ser coberto até a chegada ao Vaticano, enquanto uma multidão de romanos se aglomerava para homenagear o amado papa Pacelli, influente desde seus tempos de cardinalato.
O cortejo chegou ao Vaticano à noite. Antes do primeiro dia de exibição do corpo, colocado em um altíssimo catafalco no centro da basílica, os restos de Pio XII foram descidos, desnudados e alvo de uma enorme operação de emergência de tanatopraxistas. Ele passou por um novo processo de embalsamamento, e uma máscara de cera e látex foi aplicada em sua face.
Devido à situação em que o corpo ficou por conta da ineficiência da técnica de conservação, o médico Riccardo Galeazzi-Lisi foi responsabilizado, e considerado culpado pelo vazamento das fotos e expulso do Vaticano pelo conselho dos cardeais, antes mesmo do conclave que elegeria Angelo Roncalli, o João XXIII, como sucessor de Pacelli.