Corregedor Nacional de Justiça solicita compartilhamento de provas da Vaza Jato para inspeção em órgãos da Lava-Jato
Material engloba mensagens trocadas por procuradores da operação e pelo ex-juiz Sergio Moro
Foto: Sergio Amaral/STJ
O corregedor nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão, requereu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o compartilhamento das provas obtidas na Vaza Jato, a fim de utilizá-las na inspeção que está sendo realizada pela Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ) na 13ª Vara Federal de Curitiba e no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), responsáveis por processos relacionados à Operação Lava-Jato. A informação é de Bela Magale, do Jornal O Globo. O TRF-4 ficou conhecido por referendar praticamente todas as decisões da 13ª Vara.
O material da Vaza Jato engloba mensagens trocadas por procuradores da operação e pelo ex-juiz Sergio Moro, quando este ainda atuava como magistrado. Salomão também solicitou acesso a uma reclamação envolvendo o operador financeiro Tacla Duran.
Na próxima sexta-feira, o próprio corregedor nacional se deslocará para Curitiba, onde colherá depoimentos pessoalmente. Toda a documentação obtida será utilizada na correição que fiscaliza a 13ª Vara e o TRF-4.
Em março, durante seu depoimento ao juiz Eduardo Appio, atualmente afastado da 13ª Vara Federal de Curitiba, Tacla Duran alegou ter sido vítima de um suposto esquema de extorsão envolvendo Moro e mencionou o ex-procurador Deltan Dallagnol.
Em abril, uma decisão do desembargador Marcelo Malucelli restabeleceu uma ordem de prisão preventiva contra Tacla Duran, mas essa medida foi posteriormente suspensa pelo STF. Malucelli é pai do advogado João Eduardo Malucelli, sócio de Moro no escritório Wolff & Moro Sociedade de Advogados. O desembargador solicitou afastamento de ações relacionadas a Tacla Duran.
Malucelli faz parte da Oitava Turma do TRF-4, que está sendo inspecionada. Essa turma é composta pelos magistrados responsáveis por condenar Lula e outros envolvidos na Operação Lava-Jato. Além de Malucelli, a turma é formada por Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz e Loraci Flores de Lima.
Na semana passada, os envolvidos na correição estiveram na sede da 13ª Vara Federal de Curitiba e no TRF-4, em Porto Alegre, onde ouviram três desembargadores. Além disso, foram analisados sistemas e registros relacionados às fases dos processos da Lava-Jato.