Correição extraordinária investiga depósitos judiciais da Lava Jato no valor de R$ 300 milhões
Corregedor de Justiça analisará origem e destinação dos recursos e poderá solicitar quebra de sigilos bancários
Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
A correição extraordinária está em andamento na segunda-feira (12), na 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba e no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), responsáveis pela operação Lava Jato, com foco em cerca de R$ 300 milhões em depósitos judiciais determinados pela investigação.
O corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, busca examinar minuciosamente as decisões tomadas nesse contexto, bem como a origem e destinação dos recursos. Caso considere necessário, ele poderá solicitar a quebra de sigilo bancário.
Essa inspeção extraordinária foi iniciada após o afastamento do juiz Eduardo Appio de suas funções, devido a uma suposta ameaça feita ao desembargador federal Marcelo Malucelli, embora o magistrado negue essa acusação. Antes de seu afastamento, Appio estava revisando as decisões de seu antecessor, o ex-juiz Sergio Moro.
Salomão tem a intenção de avaliar com especial atenção os acordos de cooperação internacional e a forma como as delações premiadas foram conduzidas. O ministro irá pessoalmente a Curitiba nesta semana para acompanhar de perto os trabalhos.
Em 2019, um acordo homologado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, já estabeleceu a destinação de R$ 2,6 bilhões, que originalmente seriam parte de um fundo administrado pelo Ministério Público Federal (MPF). Esses recursos foram depositados na conta única do Tesouro, com o propósito de serem utilizados em saúde e educação.