'Cotonete' com impressora 3D é desenvolvida em Minas para ampliar testes de Covid-19
Dificuldade em importar produto pode atrapalhar ampliação dos testes
Foto: Divulgação/ Rubens do Monte
Pesquisadores da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) de Belo Horizonte, em Minas Gerais, desenvolvem um swab feito a partir de impressão 3D, que pode ser um aliado na ampliação de testes de Covid-19. Contudo, a dificuldade para compra do "cotonete" estéril usado para coleta de amostra do vírus no nariz e garganta, é apontada como um dos problemas para ampliação dos testes.
“Nossos faceshields foram distribuídos, principalmente, para Minas. A prerrogativa era distribuir para serviços públicos. Depois, começamos a ter mais apoio e a produzir mais, para outros setores, além da saúde”, contou o coordenador da pesquisa, Rubens do Monte, ao explicar sobre a dificuldade de encontrar equipamentos para desenvolver os faceshields no início da pandemia.
A partir dessa primeira experiência, a equipe começou a estudar formas, modelos e materiais adequados para produção do swab. “Não existe uma resina que é flexível, resistente, biocompatível, autoclavável [que pode ser esterilizado em autoclave]. Chegamos a uma conclusão misturando materiais, numa condição de resina que atende a boa parte desses critérios”, disse.
Os resultados da eficácia dos swabs 3D ainda estão em fase de análise, mas a produção pode ter alto custo. O swab custa em média R$ 2 a unidade, já o 3D pode custar até 10 vezes este valor, se não for produzido amplamente.
"Um litro de resina custa R$ 1.500. Daria para fazer mais de 2 mil swabs. O custo da resina ainda é impeditivo. Se não for produzido de forma massiva não compensa, pois eles podem ficar em torno de R$ 20 o preço final da unidade . Mas pode justificar tentar produzir nacionalmente. Investindo em insumos nacionais, a gente amplia a testagem. A gente acredita que, estruturando um pedido formal, as empresas podem até negociar o valor com base no volume de compras", afirmou Rubens.