Covid-19: 7,8 milhões estão a quatro horas de distância de atendimento adequado em casos graves no Brasil
A situação é pior no estado do Amazonas
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Um estudo feito por pesquisadores da Fiocruz divulgado nesta quinta-feira (21), aponta que mais de 7,8 milhões de brasileiros estão a pelo menos quatro horas de distância de uma localidade com estrutura para atendimento adequado dos sintomas respiratórios graves provocados pela Covid-19.
O pior cenário encontra-se no estado do Amazonas (1,3 milhão de habitantes), Pará (2,3 milhões) e Mato Grosso (888 mil). Nestes estados, mais de 20% da população mora em áreas com até quatro horas de deslocamento até um município que ofereça atendimento de alta complexidade, com Unidade de Terapia Intensiva (UTI), equipamentos e pessoal especializado para doenças respiratórias agudas.
O interior do Nordeste, o norte de Minas Gerais e o sul do Piauí e do Maranhão são outras regiões em que grande parte da população leva mais de quatro horas até um município com atendimento especializado.
A pesquisa cruzou dados de hospitalização por problemas respiratórios do Ministério da Saúde com os deslocamentos populacionais e as distâncias que precisam ser percorridas pela população, considerando as Regiões de Influência das Cidades (IBGE, 2018) e as Regiões de Saúde (CIR) definidas pelas Secretarias Estaduais de Saúde.
A rápida disseminação da doença nos interiores do Brasil também foi constatada na pesquisa. Apenas na semana de 9 a 16 de maio, a cada dia seis novos municípios com população entre 20 e 50 mil habitantes registraram um óbito pela primeira vez.
Na mesma semana, 15 cidades com menos de 50 mil habitantes entravam por dia na lista de municípios que apresentavam casos de Covid-19 pela primeira vez. Até 16 de maio, 60% dos municípios brasileiros registravam casos da doença e 21%, óbitos. Nos municípios com população acima de 50 mil habitantes, 98% apresentavam casos e 58%, óbitos.