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Covid-19: Brasil inicia diálogo com China para produção de nova vacina

A CanSino Biologics já foi aprovada em mais de três países

Por Da Redação
Ás

Covid-19: Brasil inicia diálogo com China para produção de nova vacina

Foto: CanSino

Após um encontro virtual na semana passada entre ministros do governo Jair Bolsonaro (sem partido) e o embaixador da China, Yang Wanming, houve avanços nos diálogos que visam a produção de mais um imunizante contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. A aposta é a CanSino Biologics, que já foi aprovada na própria China, no Paquistão, no Chile, na Hungria e no México.

Há um mês, a fabricante afirmou que, apesar das semelhanças com imunizantes da AstraZeneca/Oxford e da Johnson & Johnson, o rastreamento do  produto não identificou nenhum caso de coágulo sanguíneo nas pessoas que o receberam. A CanSinoBIO também é conhecida como Convidecia e usa o adenovírus tipo 5 como vetor para fornecer “instruções” para as células humanas produzirem uma parte do SARS-CoV-2.

“Estamos estudando isso com os chineses, que têm uma grande expertise e são parceiros importantes do Brasil na agenda econômica, e também na agenda da Saúde”, confirmou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ao Estadão/Broadcast. Diretamente com a China, o Brasil tem parceria atualmente com a Coronavac, numa negociação liderada pelo governador do Estado de São Paulo, João Doria. No Brasil, a Coronavac, da farmacêutica Sinovac, é produzida em parceria com o Instituto Butantan. 

De acordo com dados atualizados pelo Butantan até o último dia 7, em janeiro, foram entregues ao Programa Nacional de Imunização (PNI) 8,7 milhões de doses da vacina; em fevereiro, 4,8 milhões; em março, foram 22,7 milhões; em abril, 5,8 milhões. Em maio, até o momento, foram 1 milhão de doses enviadas. Ontem foi anunciado que mais dois milhões de doses da vacina Coronavac estavam disponíveis para o PNI. No total, já são 45,1 milhões de unidades.

O encontro dos ministros com o embaixador da China também foi marcado por recados e cobranças dos dois lados, ainda que o tom tenha sido diplomático. Se de um lado, o embaixador saiu do encontro com a garantia de que o Brasil continuará a exportar seus produtos para a China, principalmente as commodities, os ministros também tiveram a promessa de que o País seguirá recebendo o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), ainda que Yang Wanming não tenha se comprometido com prazos.

Na ocasião, o  governo chinês foi questionado pelas autoridades brasileiras sobre o atraso na entrega do IFA. Yang Wanming apontou questões internas de dificuldades de produção e aumento da demanda doméstica do insumo como motivos.

O embaixador também aproveitou o encontro para passar seu recado: “Por falar nisso, essas críticas ao meu país também não são boas porque estamos juntos”. A reação dos brasileiros foi a de apresentar o “ruído” como fruto do trabalho da imprensa, que teria tirado as afirmações de contexto, e minimizado qualquer desgaste. Os ministros reforçaram que há uma amizade entre os dois povos e que todos são irmãos.
 

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