Covid-19: Emissões globais de CO2 têm maior queda da história na primeira metade de 2020
Estudo aponta que emissões diminuíram em 1,551 milhão de toneladas
Foto: Reuters/Yves Herman
Um estudo divulgado no periódico científico Nature Communications na última quarta-feira (14), aponta que as restrições da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, provocaram uma queda inédita das emissões de dióxido de carbono (CO2). Segundo o estudo, as emissões diminuíram em 1,551 milhão de toneladas (8,8%) na primeira metade de 2020 quando comparadas com o mesmo período do ano passado. A queda é maior do que as registradas durante a crise financeira de 2008 e a Segunda Guerra Mundial.
Ainda de acordo com a pesquisa, publicada por um grupo de cientistas da China, França, Japão e Estados Unidos, no primeiro semestre as emissões de CO2 derivadas do transporte caíram 40%, as da produção de energia 22% e as da indústria, 17%. Porém, os cientistas destacaram que as emissões voltaram a subir para seus níveis habituais em julho de 2020, quando a maioria dos países flexibilizou as restrições.
Para realizar o levantamento os pesquisadores usaram dados baseados na atividade em tempo real e analisaram as tendências diárias, semanais e sazonais de emissões de CO2 antes e depois da pandemia e da retração econômica que ela desencadeou.
Lockdown
Segundo os cientistas, os lockdowns estabelecidos pelos governos de todo o mundo como forma de conter a disseminação da Covid-19 ajudaram a reduzir o consumo de energia da produção industrial e dos transportes, o que resultou em um declínio das emissões de gases de efeito estufa. O clima mais quente do que o normal visto na maior parte do Hemisfério Norte, por exemplo, ainda significa que as emissões foram um pouco menores do que teriam sido na mesma época do ano passado.