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Covid-19: Fiocruz afirma que vacina de Oxford tem efetividade contra variante P.1

Dados que comprovam efetividade do imunizante foram divulgados nesta quinta (22)

Por Agências
Ás

Covid-19: Fiocruz afirma que vacina de Oxford tem efetividade contra variante P.1

Foto: Agência Brasil

O vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Marco Krieger, apresentou nesta quinta-feira (22), estudos que indicam que a vacina Oxford/AstraZeneca contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, é eficaz à variante P.1, que se espalhou rapidamente pelo Brasil depois de ter sido detectada pela primeira vez em Manaus. 

"Até o momento, as informações são de tranquilidade. Os dados são de que temos, sim, uma variante de preocupação, que tem, sim, uma capacidade maior de transmissibilidade. A gente está vendo um momento da pandemia muito difícil em boa parte do Brasil, mas a boa notícia é que, apesar de todas essas características, a vacina, nesse momento e para essa variante, tem a condição de ser utilizada como uma ferramenta de controle".

A vacina de Oxford é uma das mais aplicadas no mundo atualmente e tem outras vantagens, como o custo mais baixo e a possibilidade de armazenamento em refrigeradores menos avançados, com temperaturas de 2 a 8 graus Celsius.  Além disso, a vacina traz um incremento da resposta imune que vai além da produção de anticorpos. 

Ainda nesta quinta (22), Krieger  explicou que as novas plataformas tecnológicas, como a da vacina de Oxford, se caracterizam por instruírem as células humanas a produzirem traços do antígeno, que, em seguida, despertam as defesas do corpo humano. O que os estudos têm apontado, segundo o vice-presidente, é que as vacinas de segunda geração têm demonstrado desempenho maior na defesa chamada de resposta celular, que se dá quando o corpo humano destrói as células que já foram infectadas pelo vírus, impedindo que ele as utilize para se replicar. 

São vacinas de segunda geração tanto as vacinas de RNA mensageiro, como as da Pfizer e da Moderna, quanto as de vetor viral, como a Oxford/AstraZeneca, a Sputnik V e a Janssen. "Estamos vivenciando uma verdadeira revolução no campo das vacinas. Elas foram desenvolvidas de uma maneira muito rápida e estão demonstrando efetividades muito maiores do que as das vacinas tradicionais", afirma.  

De acordo com um estudo publicado nesta semana pela Fiocruz, os anticorpos produzidos pela imunização reconhecem mais a variante britânica e menos a variante sul-africana, que acumula um número maior de mutações. A variante P.1, brasileira, fica em uma posição intermediária nessa escala. Quando é analisada a resposta imune celular, entretanto, dados de outro estudo publicado por uma universidade americana mostram que ela não se altera de forma significativa diante das variantes. 

Dados

A evolução da  vacinação ao redor do mundo tem produzido os primeiros dados nos estudos chamados de fase 4, ou farmacovigilância. As fases 1, 2 e 3 dos estudos clínicos são as que garantem a eficácia e a segurança da vacina antes da disponibilização à população. Já na fase 4, é analisado o desempenho do imunizante já registrado por agências reguladoras e disponível à população, o que gera dados importantes e de maior escala sobre eventos adversos, duração da imunidade e confirmação da eficácia.

De acordo com a integrante do Comitê de Acompanhamento Técnico-Científico das Iniciativas Associadas a Vacinas para a Covid-19 e membro do comitê de especialistas em vacinas da Organização Mundial de Saúde, a pesquisadora Cristiana Toscano, as vacinas contra Covid-19, em geral, têm apresentado como eventos adversos mais frequentes dor no local da injeção, febre, cansaço, dor muscular e dor de cabeça.

No caso da vacina Oxford/AstraZeneca, chamou a atenção dos pesquisadores a ocorrência de eventos bastante raros ligados à formação de coágulos na corrente sanguínea (trombose) associada a uma baixa contagem de plaquetas (trombocitopenia). As causas desses eventos, entretanto, ainda estão sendo investigadas pela comunidade científica internacional. “A gente já tem estudos de efetividade que mostram que a vacina da Oxford/AstraZeneca previne aproximadamente 90% de hospitalizações e quase a totalidade de óbitos, e, considerando os riscos de hospitalização em UTI e morte por covid, os benefícios da vacinação são muito superiores a qualquer eventual, e a esse especificamente, risco possivelmente associado à vacina", disse.

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