#CPI dos Detratores fica entre os assuntos mais comentados no Twitter na tarde desta quarta (2)
Deputada federal Jandira Feghali informou que pretende pedir a instalação de CPI para investigar a lista de "detratores" do governo
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A hashtag #CPI dos Detratores ficou entre os assuntos mais comentados no Twitter na tarde desta quarta-feira (2) por causa da reação dos políticos que também estariam sendo monitorados pelo governo. A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) informou que pretende pedir a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a lista de "detratores" do governo. O requerimento destaca que este não é o primeiro levantamento do governo federal que atenta contra os princípios da administração pública, citando o rastreamento de posicionamento político de servidores públicos.
Entre os que assinaram o requerimento para abertura da Comissão, o deputado Henrique Fontana (PT-RS) falou que é necessário investigar a legalidade da contratação de uma empresa privada com recursos públicos para monitorar jornalistas, formadores de opinião e líderes políticos. "O Congresso precisa aprovar logo a #CPIDosDetratores para sabermos a verdade", escreveu nas redes sociais.
A deputada baiana Alice Portugal (PCdoB) definiu o assunto como um "escândalo". "Governo contrata monitoramento suspeito de jornalistas! Queremos respostas!", pediu e complementou: "Somente o Governo é CLIENTE da BR+ Comunicação, a empresa contratada para o monitoramento", registrou.
Na terça (1), o Uol divulgou uma lista com quase 80 influenciadores digitais, parte deles jornalistas, que foram separados em três categorias (detratores, neutros informativos e favoráveis) pela empresa BR+ Comunicação, contratada pelo Ministério da Economia pelo valor de R$ 2,7 milhões. Além dos nomes dos profissionais, a lista trouxe um breve perfil e sugestões de ações do governo frente a conteúdos tratados por eles.
O senador Humberto Costa (PT-PE) pediu para que o presidente Jair Bolsonaro pegue os milhões que "gasta perseguindo as pessoas nas redes sociais e invista em saúde e educação". "Acabou a ditadura", finalizou.
Ainda sobre o assunto, a bancada do Psol na Câmara dos Deputados protocolou um requerimento de informação ao ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno. De acordo com o documento, o monitoramento além de ilegal, é um ato lesivo à democracia. Do lado dos parlamentares, o texto lembra reportagem da revista Época que obteve acesso ao monitoramento do governo de 105 deputados, nove senadores, umadeputada estadual e um vereador.
"Existem outros procedimentos de investigação em andamento que tem como foco cidadãos que atuam em movimentos antifascistas, pró-democracia, em favor dos direitoshumanos, do meio ambiente, políticas raciais, LGBTI+, entre outros?", questiona o documento.