Cratera em Maceió comporta volume de 11,4 piscinas olímpicas após colapso de mina
Medidas detalhadas da cavidade foram enviadas pela Defesa Civil e Braskem ao MPF
Foto: Thiago Sampaio/Agência Alagoas
Uma cratera se formou sob a lagoa Mundaú após o colapso da mina 18 em Maceió, comportando um volume de água equivalente ao de 11,4 piscinas olímpicas. Os dados sobre a cavidade foram apresentados pela TV Gazeta através de um documento encaminhado pela Defesa Civil à Braskem e ao Ministério Público Federal (MPF), no dia 30 de dezembro de 2023.
Conforme os registros, a cratera mede 78 metros de comprimento, 46 metros de largura e originalmente 7 metros de profundidade, embora uma segunda medição tenha aferido 10 metros de profundidade. Isso totaliza um volume de 35.880 m³, superando consideravelmente a capacidade média de uma piscina olímpica, que é de 3.125 m³.
A mina 18, uma das 35 minas mantidas pela Braskem para extração de sal-gema, colapsou em 10 de dezembro, levando à paralisação da mineração em 2019 após constatar que a atividade causava o afundamento do solo, impactando aproximadamente 46 mil imóveis em cinco bairros. A área da mina 18 continua afundando, mas em velocidade reduzida.
O documento da Defesa Civil ainda aponta a falta de monitoramento de três minas localizadas sob a lagoa Mundaú. Para avaliar o impacto do colapso nessas minas, um equipamento será utilizado para acessar as cavidades submersas. Se o acesso estiver bloqueado, será necessário perfurar um novo poço.
Diante do vandalismo que danificou equipamentos de monitoramento, a Defesa Civil reduziu de ALERTA para ATENÇÃO o nível operacional emitido em novembro. Entretanto, solicitou à Braskem que retome as atividades de fechamento das minas e demolição de imóveis desocupados, além de reforçar a segurança patrimonial para evitar danos futuros ao monitoramento. A Braskem informou que os equipamentos vandalizados estavam em imóvel fora da área de desocupação, mas está colaborando para substituição dos mesmos.