Cresce registro de violência contra mulheres brasileiras no exterior

A Bolívia, onde vivem 75 mil brasileiros, teve o maior aumento de registros de violência um salto de 821% de casos em comparação com 2023

Por FolhaPress
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Cresce registro de violência contra mulheres brasileiras no exterior

Foto: Marcos Santos/USP

ISABELLA MENON

Em 2024, foram registrados 1.631 casos de violência doméstica e de gênero contra mulheres brasileiras que vivem no exterior. O número representa um aumento de 4,8% em comparação a 2023, quando foram 1.556 episódios.

Os dados foram divulgados, nesta terça-feira (25), por meio de uma cooperação entre o Ministério de Relações Exteriores e o Observatório da Mulher contra a Violência, órgão ligado ao Senado Federal.

Entre os países com maior número de registros violência estão os Estados Unidos (397), Bolívia (258), Itália (153), Portugal (144) e Reino Unido (102).

A Bolívia, onde vivem 75 mil brasileiros, teve o maior aumento de registros de violência um salto de 821% de casos em comparação com 2023. OS EUA ficaram em segundo lugar, com aumento de 63% dos episódios. O país tem a maior comunidade de brasileiros no exterior, com cerca de 2 milhões de pessoas.

No ano passado, por exemplo, houve o lançamento do serviço de atendimento psicológico especializado a mulheres em situação de violência no Consulado-Geral do Brasil em Santa Cruz de la Sierra, a maior cidade da Bolívia.

Para a antrpopologa Beatriz Accioly, do Instituto Natura, o aumento dos registros pode ser resultado de uma melhora dos serviços consulares para receber esse tipo de denúncia.

"É um problema que está ainda mais invisibilizado do que outras violências contra as mulheres. Uma mulher brasileira no exterior tem que primeiro reconhecer e nomear que ela está em uma situação de violência, saber que ela pode, independentemente do contexto dela imigratório, procurar as autoridades funcionárias brasileiras para ser acolhida e ela tem que ter coragem", diz Accioly.

Nestes casos, "as barreiras são ainda maiores do que para uma mulher que está no próprio país, que são bem grandes", afirma. "A demanda está represada, mas quando o serviço chega, ele é utilizado."

Os dados da pesquisa mostram que, em 2024, as repartições consulares brasileiras registraram 71 casos de subtração internacional de menores de 18 anos, uma redução de 26% em relação a 2023. Entre os países, que registraram casos deste tipo estão Portugal (8), Reino Unido (7), Suíça (7), Estados Unids (6) e Argentina (5).

A subtração de menores atinge principalmente as brasileiras que enfrentam processos de disputa de guarda fora do país, tanto com os pais, quanto com a família paterna. No mesmo ano, foram registrados 723 casos de disputa no exterior, representando uma queda de 11% em relação a 2023. Os países com maior número de registros são Alemanha (220), EUA (94), Portugal (90), Espanha (68) e Itália (57).

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