Crescimento econômico do Brasil ainda vai levar mais 4 anos para superar pico de 2013, diz FGV
A projeção é que em 2023 o indicador fique em R$ 46.440, contra os R$ 48.472,10 de 2013
Foto: Agência Brasil
O crescimento da economia brasileira surpreendeu no resultado do primeiro trimestre deste ano, mas o país ainda vai levar mais quatro anos para recuperar o nível de renda e riqueza que se tinha em 2013, quando o Produto Interno Bruto (PIB) per capita registrou o maior patamar da série histórica. A conclusão foi feita com base nos cálculos da coordenadora do Boletim Macro FGV Ibre, Silvia Matos.
O PIB per capita é a divisão do PIB pelo número de habitantes. Ele mostra o padrão de vida da população, quando há retração na economia e o nível de riqueza e renda.
Em 2022, o PIB per capita superou o nível pré-pandemia, mas fechou o ano 4,8% abaixo do nível de 2013. A projeção é que em 2023 o indicador fique em R$ 46.440, contra os R$ 48.472,10 de 2013, em valores corrigidos pela inflação. Em 2019, antes da crise trazida pela covid-19, o PIB per capita foi de R$ 45.154,40.
De acordo com a projeção de Silvia Matos, a retomada do PIB per capita no nível de 2013 só será retomada em 2027, quando chegaria a R$ 48.683. Considerando um cenário otimista, os cálculos consideram um crescimento de 0,6% neste indicador em 2023 e de 0,3% em 2024.
O governo trabalha com estimativa de avanço de 1,9% em 2023 e avaliou que o resultado dos 3 primeiros meses do ano eleva o viés positivo para essa projeção. Apesar da avaliação geral de que a economia deverá sofrer alguma freada daqui em diante, analistas já veem a possibilidade de um avanço perto de 3% no ano. A projeção da FGV é de que o PIB de 2023 seja de 1,3% e de 0,9% em 2024.
Por ser um cenário muito desafiador, com a inflação e a desaceleração econômica mundial, o que torna o crescimento mais difícil, a especialista também não acredita que o Brasil consiga crescer muito em 2023 e 2024.