Carro popular: proposta do governo pode gerar perda de R$ 6 bilhões em arrecadação
Em entrevista à CNN, economista avalia novo estímulo para compra de carros no país
Foto: Reprodução/Pixabay
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou no dia 25 de maio que carros de até R$ 120 mil comercializados no Brasil terão descontos em impostos. Apesar dos benefícios para o consumidor, analistas consultados pela CNN dizem que dar incentivos fiscais para a indústria automobilística vai na contramão da agenda do Ministério da Fazenda.
Segundo o economista-chefe da Ryo Asset, Gabriel de Barros, a previsão é de que a regra valha de três a quatro meses, o que pode fazer os cofres públicos deixarem de arrecadar cerca de R$ 1 bilhão a R$ 2 bilhões nesse período.
“O mercado fica sempre com receio da medida provisória ser prorrogada. Se for concretizada e considerarmos que quatro meses resultaria num custo de R$ 2 bilhões, em um ano o país deixaria de arrecadar cerca de R$ 6 bilhões”, disse o especialista. “É uma afronta direta à base de sustentação do arcabouço fiscal que trabalha com a hipótese de que o governo vai conseguir um desempenho extraordinário da arrecadação em função da reversão de renúncia fiscal”, completou.
Em nota, o Ministério da Fazenda afirmou que a proposta prevê redução de PIS, Cofins e IPI de veículos com preços de mercado de até R$ 120 mil e deve ser via Medida Provisória. Na quinta-feira (1°), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que Lula validou a fonte de financiamento proposta e que a questão será resolvida, “no mais tardar”, até segunda-feira (5).