'Crime contra a população', afirma Bolsonaro sobre aumento de preços da Petrobras
Presidente afirmou que considera trocar a liderança da estatal
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a Petrobras "cometeu crime contra a população" ao aumentar o preço dos combustíveis no país. Além disso, o chefe do Executivo comentou sobre a possibilidade de trocar o atual líder da estatal.
Em entrevista divulgada nesta quarta-feira (16), pela TV Ponta Negra, Bolsonaro admitiu que chegou a pedir à empresa para abaixar os valores e defendeu, novamente, a privatização da estatal. Segundo ele, a empresa não colabora com o governo e que se transformou na "Petrobras Futebol Clube", "onde o clubinho lá de dentro só pensa neles, jamais pensa no Brasil".
"Por questão de um dia, foi feito contato com a Petrobras, porque chegou para nós que eles iriam ajustar na quinta-feira da semana passada, né, e foi feito um pedido para que [a empresa] deixasse para o dia seguinte, atrasasse um dia", disse. "Eles [Petrobras] não nos atenderam. Nós não podemos interferir no preço, mas, se pudesse interferir, as decisões seriam outras", seguiu, comentando o fato da estatal ter aumentado o preço de venda de gasolina e diesel às distribuidoras no mesmo dia em que o Congresso Nacional aprovou projeto de lei que muda a cobrança do ICMS sobre combustíveis.
Na entrevista, o presidente também classificou como "impagáveis" os preços dos combustíveis, e afirmou ser "um problema mundial" em decorrência do conflito vivido entre a Rússia e a Ucrânia.
Sobre a possibilidade de trocar o atual presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, Bolsonaro afirmou que existe, mas não irá afirmar se deve ocorrer ou não.
"Existe essa possibilidade [de trocar o presidente da Petrobras]. Todo mundo no governo, ministros, secretários, diretores de empresas, presidentes de estatais podem ser substituídos se não estiverem fazendo o trabalho a contento. Então, eu não quero dizer que vai ser trocado ou que não vai ser trocado, eu só não posso trocar o vice-presidente da República. O resto, todos podem ser trocados, obviamente, por motivos de produtividade, por motivo de falha ou omissão no respectivo serviço", explicou.