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Da luta contra o rebaixamento à briga pela Libertadores: Rogério Ceni completa um ano no comando do Bahia

Comandante acumula 68 partidas no esquadrão, com 37 triunfos, 11 empates e 20 derrotas; relembre trajetória

Por Carlos Eduardo Ferreira
Ás

Atualizado
Da luta contra o rebaixamento à briga pela Libertadores: Rogério Ceni completa um ano no comando do Bahia

Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia

Em 9 de setembro de 2023, Rogério Ceni foi oficializado como técnico do Bahia. Um ano depois, o comandante acumula 68 partidas no esquadrão, com 37 triunfos, 11 empates e 20 derrotas, um aproveitamento de 59,8%.

Atualmente, o esquadrão vive altos e baixos. Depois de três triunfos consecutivos, os comandados de Ceni estão há três jogos sem vencer. Os resultados fizeram o time sair do G6 do Brasileirão e largar com desvantagem no confronto de volta contra o Flamengo, nas quartas de final da Copa do Brasil.

O momento pode não ser tão bom, mas não chega perto da situação vivida pelo time quando o treinador assumiu o comando no lugar do português Renato Paiva. Naquela altura, o Bahia havia conquistado 22 pontos em 22 partidas no Brasileirão e estava um ponto à frente do Santos, primeiro time dentro da zona de rebaixamento.

Foto: Felipe Oliveira/ EC Bahia 

Com contrato até 2025, Ceni chegava com a missão de livrar o esquadrão do rebaixamento. Na entrevista de apresentação, ele reconheceu que a luta era na parte de baixo da tabela, mas ressaltou que o objetivo era brigar por coisas maiores nas temporadas seguintes.

“Se o Bahia conseguir suportar a pressão dos últimos três meses deste ano, em dois anos, eu afirmo, pelo profissionalismo que conheço da empresa e pela capacidade de mobilização da torcida, que o Bahia estará entre os dez principais clubes do Brasil”, afirmou o treinador no dia 11 de setembro de 2023. 

Na estreia, o time já mostrou que as coisas podiam ser diferentes: triunfo por 4 a 2 sobre o Coritiba, fora de casa. Porém, as derrotas para Santos e Flamengo na sequência trouxeram o torcedor de volta à realidade e evidenciaram que a luta contra o Z4 seria longa.

O desempenho irregular e a derrota para o lanterna América-MG, por 3 a 2, na penúltima rodada, fizeram os comandados de Rogério Ceni chegarem ao derradeiro jogo do campeonato precisando vencer o então segundo colocado Atlético-MG e torcer para tropeços do Santos ou do Vasco para se livrar do rebaixamento.

Apesar de desacreditado, o Tricolor entrou em campo com tudo e goleou o Galo por 4 a 1, viu o Santos ser derrotado pelo Fortaleza, por 2 a 1, e conseguiu garantir a permanência na elite do futebol brasileiro.

“Foram 90 minutos que valeram um ano [...] Saio feliz, seria um peso muito grande ir para a Série B. Quando me contrataram, o compromisso era ficar na Série A. Foi com muito sofrimento”, declarou o ex-goleiro no dia 7 de dezembro de 2023, após o Bahia se livrar do rebaixamento.

Foto: Letícia Martins/EC Bahia

Superado o sufoco, Ceni iniciou os trabalhos para a temporada de 2024. Com 50 milhões de investimento, o Esquadrão contratou sete jogadores na janela de início do ano. A chegada de jogadores como Everton Ribeiro, Caio Alexandre e Jean Lucas, além da manutenção de Cauly, trouxe esperança de um grande ano para o treinador à frente do Tricolor.

Depois de onze dias de pré-temporada nas instalações do Manchester City, o Bahia retornou ao Brasil com tudo. O time engatou bons resultados no Baianão, na Copa do Nordeste e avançou na Copa do Brasil.

O único asterisco foram os clássicos contra o Vitória, que foi a grande pedra no sapato do Tricolor no primeiro semestre. Em quatro confrontos, o Rubro-Negro derrotou o rival duas vezes, com direito a viradas históricas. Uma delas foi o 3 a 2 no jogo de ida da final do Baianão, que abriu caminho para o título do Leão, em plena Fonte Nova.

O desempenho do Esquadrão nos clássicos gerou críticas a Ceni, já que o principal rival, com um investimento muito menor, conseguiu ser superior na maioria dos primeiros embates do ano. Após o 1 a 1 no jogo de volta, que sacramentou a conquista do rival depois de sete anos em uma Fonte Nova lotada de tricolores, o treinador não escondeu a frustração.

“Infelizmente, a trave atrapalhou duas vezes. Uma pena [...] É lamentar não ter conseguido um título neste primeiro semestre [...] Era muito importante para mim, mas nós temos que seguir. Lamento profundamente, queria muito ser campeão”, lamentou no dia 7 de abril.

Apesar da decepção com a perda do título baiano, o esquadrão não se abateu e engatou um grande início no Brasileirão. Depois da derrota para o Internacional na estreia, por 2 a 1, o time ficou oito jogos sem perder e passou a brigar pela liderança. No meio do caminho, ainda passou com facilidade pelo Criciúma na Copa do Brasil.

Foto: Letícia Martins/EC Bahia 

Apresentando um grande futebol, o Bahia chegou à semifinal da Copa do Nordeste contra o CRB, não apenas como favorito a passar, mas ao título. Só que veio o banho de água fria. Em um jogo pobre tecnicamente e sem muita inspiração, Rogério Ceni e os mais de 44 mil tricolores presentes na Fonte Nova viram o esquadrão cair nos pênaltis para o time alagoano.

Com mais uma eliminação em casa, o tricolor encerrou o primeiro semestre acumulando reveses em duas competições nas quais tinha o título como objetivo. Apesar disso, o ano seguiu e, no Brasileirão, o esquadrão se manteve no G4 durante boa parte do primeiro turno, batendo de frente com as principais equipes do país.

Foi no final da primeira parte da competição nacional que os comandados de Ceni começaram a cair de produção. A queda técnica e física fez o time ficar seis jogos sem conquistar triunfos.

Em meio à turbulência, veio o alívio: classificação para as quartas de final da Copa do Brasil sobre o Botafogo, com gol do uruguaio Luciano Rodríguez, que chegou na janela de meio de ano como o jogador mais caro da história do Nordeste.

Foto: Letícia Martins

Passados dois terços do Brasileirão, o tricolor ocupa a sétima posição, com 39 pontos, dois atrás do primeiro time dentro da zona de classificação para a Libertadores. Mesmo com a irregularidade, o time treinado por Ceni é um dos candidatos a brigar pela vaga e sonha em voltar à competição continental depois de 35 anos.

Outro caminho para chegar ao torneio é a Copa do Brasil. Para isso, o tricolor precisará vencer o Flamengo, na próxima quinta-feira (12), às 21h35, por pelo menos dois gols de diferença para garantir vaga na semifinal. Triunfo por um gol leva a partida para os pênaltis, e qualquer empate classifica o clube carioca.

“Eu acho que o que possibilita isso [a classificação] é assistir aos dois jogos contra o Flamengo [...] A gente já fez um jogo no Maracanã onde fomos melhores, hoje também fomos. Acho que o jogo está aberto. Tenho respeito, não tenho medo. Eles têm muitas opções que devem voltar. Mas onde está escrito que é impossível?”, disse Rogério Ceni no dia 28 de agosto, após a derrota contra o Flamengo, na Copa do Brasil.
 

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