Dados de celular mostram que cada vez menos pessoas estão em casa no Brasil
Pesquisa foi feita pela In Loco, startup brasileira

Foto: Reprodução / Carta Capital
O levantamento da In Loco, startup brasileira que criou o IIS (Índice de Isolamento Social) e monitora diariamente os parâmetros fornecidos pelas operadoras de telefonia, aponta que os índices de quarentena no Brasil estão caindo ao longo das semanas. A média de pessoas em casa caiu na terça-feira (14), para 46,2%, menor taxa desde o 20 de março (sexta), quando praticamente não havia decreto de quarentena no país (IIS de 38,2%).
Ao longo da semana, o índice oscilou bastante acima e abaixo do 50%. Na média, semana a semana, porém, fica claro que a adesão nacional vem caindo:
23/03 a 29/03 - 57,1%
30/03 a 05/04 - 53,2%
06/04 a 12/04 - 52,3%
A média do IIS nos últimos 25 dias foi de 53,3% —do dia 24 de março, primeiro dia de quarentena em São Paulo, principal foco dos casos, ao 17 de abril (última medida disponível). O IIS tem seus maiores picos aos fins de semana, especialmente aos domingos. Mas, até nesses dias, o isolamento caiu.
O máximo de pessoas em casa foi registrado em 22 de março (domingo), com índice de 69,6%. Desde então, o IIS despencou até chegar a 59,8% no domingo (12). Considerando que a base de dados tem 60 milhões de pessoas, isso significa cerca de 6 milhões de pessoas a mais nas ruas num intervalo de quatro domingos:
22/03 - 69,6%
29/03 - 64,2%
05/04 - 62,2%
12/04 - 59,8%
Excluindo sábados e domingos, a adesão média nos dias úteis nos últimos 25 dias está em 51%.
23/03 a 27/03 - 56%
30/03 a 03/04 - 51,3%
06/04 a 10/04 - 51%
Antes dos decretos estaduais e municipais, que começaram a acontecer mais drasticamente a partir de 15 de março, esse IIS nos dias úteis ficava na casa dos 20%. No dia 17, quando a primeira morte no país foi anunciada, o índice era de 29,9% (terça).
O Google, cujos aplicativos estão na maioria dos celulares brasileiros, usou os dados de geolocalização para calcular a movimentação em cinco categorias de locais públicos. Neste levantamento, também fica claro que mais pessoas estão saindo mais de casa. Os dados comparam a movimentação em 29 de março e 11 de abril (referentes ao período de 48 a 72 horas anteriores) com as primeiras semanas de janeiro e fevereiro (pré-quarentena).
A empresa não explica por que a queda na movimentação por locais públicos não interfere mais diretamente no percentual de pessoas em casa.