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Dados de mobilidade e vacinação no Brasil e em outros países mostra que vacinação lenta não zera pandemia

Números apontam que redução da circulação de pessoas influencia diretamente na situação da pandemia

Por Da Redação
Ás

Dados de mobilidade e vacinação no Brasil e em outros países mostra que vacinação lenta não zera pandemia

Foto: Reprodução/Agência Brasil

Os ritmos de vacinação, as taxas de mobilidade e as curvas de casos e mortes por Covid-19 colocam em lados opostos a dupla sul-americana Chile e Uruguai e os parceiros Estados Unidos e Israel. Dados produzidos pelo G1 com base no "Our World in Data", projeto ligado a Universidade de Oxford, tentam explicar porque o Chile e o Uruguai viram aumento na vacinação nos casos e mortes, enquanto os EUA aumentaram a vacinação com menos infecções e óbitos e como esses países se comparam ao Brasil.

Velocidade no início: EUA x Chile

Os Estados Unidos e o Chile começaram as campanhas de vacinação em datas próximas: 14 e 24 de dezembro, respectivamente. Em 1º de março, cerca de dois meses e meio após o início da vacinação, os Estados Unidos já tinham 7,6% da população vacinada, segundo o "Our World in Data", levantamento ligado à Universidade de Oxford. Na mesma data, o Chile, que havia iniciado a campanha dois meses antes, tinha vacinado 0,3% de seus habitantes.

A população americana é de cerca de 330 milhões; a chilena, de 19 milhões. Em teoria, deveria ser mais fácil para os chilenos alcançarem uma alta porcentagem de cobertura vacinal mais rápido. A diferença de cobertura entre os dois países vai diminuindo até que, no dia 16 de março, o Chile passou os EUA, com 12,1% da população vacinada (contra 11,7%). Hoje, a cobertura vacinal nos dois países é próxima percentualmente, com um Chile um pouco à frente: 52% da população vacinada, contra 45% dos Estados Unidos.

Uruguai e Chile: semelhanças

Um padrão de mobilidade e vacinação semelhante ao do Chile foi visto no Uruguai. O país só começou a vacinação no dia 1º de março. No dia 29 do mesmo mês, apenas 0,5% da população estava totalmente vacinada, segundo o Our World in Data. A mobilidade no país, entretanto, já tinha aumentado em janeiro e fevereiro, antes da vacinação. Até 31 de dezembro do ano passado, o país tinha 181 mortes pela Covid-19, segundo o Our World in Data. 

O Brasil, em comparação, tinha quase 200 mil. Em março, o país teve uma queda de mobilidade geralquando entrou em lockdown. Em abril, vivia seu pior mês na pandemia. De 1º de janeiro a 23 de junho deste ano, o Uruguai registrou 5.193 mortes pela Covid-19. Dessas, 4.459, cerca de 86%, foram registradas a partir do dia 29 de março (data em que 0,5% da população já estava totalmente vacinada).

Israel: lockdown e vacinação recorde

Israel combinou o lockdown com a vacinação rápida quase simultaneamente: Começando a campanha de vacinação em 20 de dezembro e uma semana depois, no dia 27, decretou o terceiro lockdown, em meio a uma subida no número de casos. No dia 1º de janeiro, 1 milhão dos cerca de 9 milhões de israelenses já haviam sido vacinados. Na semana de 17 a 25 de janeiro, houve um pico de casos e mortes confirmados.

De 6 de março até 9 de junho, os novos casos diários em Israel ficaram em queda ininterrupta. A nova subida desde então tem sido atribuída a turistas e à variante delta (identificada primeiro na Índia). Mesmo assim, os números estão muito longe dos de janeiro.

Brasil

No Brasil, a vacinação caminha a passos lentos. O país tem sido o mais devagar na vacinação comparado aos outros países citados. Apesar de a vacinação ter começado em janeiro, até agora, apenas cerca de 12% da população brasileira já recebeu as duas doses de alguma das vacinas aplicadas no país.

Especialistas são unânimes ao afirmar que as pessoas não devem escolher qual vacina tomar. Um outro fator a ser considerado é que o Brasil não adotou um lockdown ou uma restrição de movimentação nacional (como fizeram Uruguai, Chile, EUA e Israel).

Na avaliação da epidemiologista Ethel Maciel, professora titular da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), a quantidade de casos e mortes diárias no país pode começar a diminuir a partir do momento em que a metade da população estiver vacinada.

"O que a gente viu nos outros países é (que) quando Israel chegou a 50% dos vacinados, que tinha mais de 70% (de vacinados) no grupo de idosos, começou a cair bastante. Estados Unidos a mesma coisa, começou a cair bastante o número de casos e a transmissão", pondera.

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