Dallagnol diz que críticas de Aras sobre força-tarefa é por falta de conhecimento
Procurador aguarda decisão do CNMP sobre sua permanência na Lava Jato
Foto: Reprodução/ Agência Brasil
O coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, afirmou em entrevista ao Correio Braziliense, que as crítica do procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras sobre a forma de atuação da Lava Jato se dão por falta de conhecimento sobre as operações.
“Parecem ser equívocos decorrentes do desconhecimento sobre como funciona a operação. O tamanho e a complexidade de um caso desses tornam, muitas vezes, difícil seu entendimento”, diz.
A tensão entre os dois se agravou depois que Aras passou a buscar acesso aos dados da Lava Jato, onde o PGR enviou uma comitiva ao Paraná, mas Dallagnol não repassou as informações e alegou que as informações foram solicitadas sem indicar quais investigações ou processos da PGR justificariam o compartilhamento.
Com isso, Aras recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) e o presidente da Corte, Dias Toffoli, determinou o repasse de dados. No fim do processo, porém, o ministro Edson Fachin, que também é relator da força-tarefa no tribunal, derrubou a decisão e ainda impediu que a PGR use as informações já recebidas.
Durante a entrevista, Daltan Dallagnol comentou sobre as ações do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) que questionam a atuação dele como procurador. A análise desses processos ocorre na próxima terça-feira (18), onde será decidido a sua permanência ou não na Lava Jato.
"Os três precedentes de remoção compulsória pelo Conselho Nacional envolvem casos graves de omissão e desídia na atuação, muito diferente da minha realidade de dedicação ao Ministério Público e ao serviço à sociedade. Seria o primeiro caso de afastamento dissociado de uma atuação leniente, mas, sim, aguerrida e combativa. Jamais respondi a processos disciplinares pela atuação em investigações e processos, a qual é, aliás, coletiva, de uma equipe, e não individual. Nesse contexto, meu afastamento forçado da maior operação anticorrupção da história brasileira, que pode acontecer para cidade distante de Curitiba, intimidaria pelo exemplo e enfraqueceria a independência do trabalho do Ministério Público", contou.