Defensoria Pública solicita autorização ao STF para realizar laudos paralelos em corpos de mortos na megaoperação no RJ
De acordo com o órgão, operação contra o crime organizado descumpriu determinações estabelecidas pelo STF

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A Defensoria Pública do Rio de Janeiro solicitou autorização ao Supremo Tribunal Federal (STF), na última quinta-feira (30), para produzir laudos paralelos aos oficiais sobre os corpos dos mortos durante a megaoperação contra o crime organizado nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, realizada na última terça-feira.
De acordo com a Defensoria, a medida é justificada diante da violação pelas forças de segurança do Rio do protocolo emitido pelo Supremo na chamada ADPF das Favelas, que estabeleceu regras para a redução da letalidade policial e em áreas de risco.
A Defensoria declarou que, diante de violação de direitos humanos, "todo somatório de esforços que enriqueçam o debate e, por conseguinte, a apuração do ocorrido é bem-vindo, sem espaço para melindres institucionais das vítimas".
Na solicitação, assinada pelo coordenador do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da Defensoria do Rio, Marcos Santos, são pontuados alguns fatos que justificam a medida, como a ausência de ambulâncias no local, o fechamento de escolas e postos de saúde e a falta do isolamento necessário para preservação e perícia.
"Reconhecemos as dificuldades inerentes a uma área de mata, mas causa estranheza a ausência de controle sobre o isolamento do local", ressalta Marcos Santos.


