Defensoria solicita esclarecimentos sobre caso de racismo em Colégio Militar na Bahia
Uma aluna negra da instituição foi expulsa da sala por ter cabelo crespo
Foto: Abimael Miranda/DPE/BA
A Defensoria Pública da Bahia (DP-BA) solicitou na última terça-feira (29), em ofício enviado por meio do Grupo de Trabalho de Igualdade Racial, que o Colégio Municipal da Polícia Militar Dr. João Paim preste esclarecimentos acerca das providências adotadas diante do caso de racismo ocorrido no último 21 de março. De acordo com o texto, a instituição tem o prazo de cinco dias para responder.
O caso envolve uma aluna negra que foi impedida de entrar na sala de aula por causa do cabelo crespo. De acordo com a denúncia, um funcionário da escola considerou inadequado às regras da instituição o penteado em coque. No documento, o órgão cobra o posicionamento do Colégio Municipal diante da ocorrência de práticas racistas, eventualmente perpetradas pelo corpo de funcionários.
“A escola é um instrumento de enfrentamento do racismo estrutural, por isso cabe à instituição a promoção da educação antirracista e não perpetuação de discriminação e preconceitos. É responsabilidade da instituição a preparação e a formação do seu corpo docente e de seus funcionários com o fim de prevenir e coibir tais atos, podendo a omissão implicar o manejo de todas as medidas administrativas ou judiciais cabíveis”, destacou a defensora pública Eva Rodrigues.
No último sábado (26), a Defensoria lançou a campanha de intensificação da Ação Cidadã Infância sem Racismo 2022. Com tema “Se ninguém nasce racista, me ensina a fazer um futuro diferente?”, a campanha envolve uma série de atividades e divulgações com o propósito de discutir o racismo desde a infância.